12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Pelo que estamos vendo, o senhor partilha da opinião da maioria dos matemáticos do <strong>IMPA</strong>, que preferem o trabalhoem co-autoria ao esforço solitário.Sempre gostei de trabalhar em grupo, como a maioria dos cientistas; hoje em dia, mais e mais. Em matemática,geralmente um artigo tem dois ou três autores; em física e biologia, esse número pode chegara dez, às vezes. Mas realmente existe uma troca, um estimula o outro, complementa; um sabe umatécnica, o outro sabe outra. É muito bom. Quando eu estava nos Estados Unidos, o <strong>IMPA</strong> tinha essaidéia de montar um grupo de economia matemática, muito por influência de Steve Smale. Quando estivemosjuntos, Scheinkman e eu, em 1978, ele até pensou em ficar, mas depois decidiu voltar aos EstadosUnidos. Pensei: “Vou ficar isolado, principalmente porque economia é uma área em que ainda estouem transição.” Logo que cheguei, redigi alguns artigos sozinho, mas aos poucos comecei a escrevercom meus alunos de doutorado, os que eu formei. Às vezes, eu iniciava com co-autoria externa, mas ospapers não chegavam ao fim. Hoje em dia é mais fácil, com a Internet, embora eu não a utilize muito.A Internet substitui a proximidade física? Acho que não, embora ajude bastante a mitigar o problema.Mas no fundo, a ciência vai ser sempre feita perto de onde há outras pessoas fazendo ciência. Nesseaspecto, o <strong>IMPA</strong> é realmente especial, porque criou as condições de fazer isso fora dos grandes centros.Hesitei um pouco em voltar, por causa do isolamento. Mas, como disse a vocês, estava fascinado pelaidéia de fazer ciência no Brasil, e o <strong>IMPA</strong> me parecia o local adequado para isso. Estava-se conseguindofazer ciência de boa qualidade, e eu queria conseguir isso dentro da minha área, da economia. Estavadecidido a não escrever mais nenhum artigo em Probabilidade, depois que voltasse ao Brasil. Foi umadecisão racional, porque concluí que não poderia sobreviver em duas áreas diferentes.De volta ao <strong>IMPA</strong>Em 1980 o senhor volta para o Brasil e vai trabalhar no <strong>IMPA</strong>. Quem o convidou?Jacob Palis ia freqüentemente a Berkeley, e lembro que uma vez ele perguntou: “Quando é que vocêvolta? Estamos pensando em abrir um grupo em economia matemática, através do Smale.” Quando saído Brasil, recebi uma bolsa de doutorado do CNPq e um apoio do <strong>IMPA</strong>; portanto, era um compromissoque assumi, de retornar ao Instituto. Não era um contrato inteiramente formalizado, mas já era umaespécie de dívida minha. Não se tratava de um contrato definitivo de trabalho, mesmo porque isto sófoi instituído alguns anos depois. Dependendo da disponibilidade de recursos, o <strong>IMPA</strong> fazia pequenoscontratos de instrutor — mais tarde, de assistente de pesquisa — e fornecia uma ajuda financeira durante12 meses. Eu ainda posterguei, fiquei nos Estados Unidos com financiamento americano por algunsanos. Fiz essa experiência em 78, dando um curso de seis meses, gostei bastante e decidi: ia só cumpriro final do contrato de mais um ano com a Universidade de Chicago. Em janeiro ou fevereiro de 80,voltei definitivamente.9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!