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IMPA 50 Anos

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Tinha Cálculo, Mecânica, Mecânica Racional, Física, um conteúdo bem teórico. Aliás, todo o cursobásico, primeiro e segundo anos, era composto de cadeiras teóricas. E a matemática muito presente, definitivamente.E gostei, embora não fosse muito bom aluno. Samuel Mac Dowell, que hoje é físico, trabalhaem Yale, era certamente o primeiro aluno da turma, primeiro sem segundo. Nós éramos amigos,mas eu não estava muito interessado em ser o primeiro, pois havia muita coisa para aprender lá fora.O curso era seriado, com umas oito disciplinas por ano. Quem não passasse ficava em dependência, ouseja, fazia só aquela cadeira novamente; fiquei dependente em Cálculo e Mecânica; era uma coisa natural,uma porção de estudantes ficava em dependência. Nessa altura, meu colega Elon Lima, que tinhasaído da Escola Preparatória de Cadetes Ceará, começou a dar aulas de matemática. Nós nos reuníamosnas férias em Maceió, onde havia uma pessoa que estudava no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.Newton Braga, apelidado “Kidão”, era alagoano e estudava física no CBPF; contribuiu para que o Elonconseguisse uma bolsa para vir estudar no CBPF com o Leopoldo Nachbin, numa salinha que já era o<strong>IMPA</strong>.Pernambuco forneceu vários expoentes em ciências exatas naquele período, não?Leopoldo Nachbin, matemático, foi um dos criadores do <strong>IMPA</strong>; José Leite Lopes era físico; por influênciade Luiz Freire, Mário Schenberg, o físico, foi para São Paulo. Eram todos pernambucanos.O senhor continuou em Recife depois de se formar engenheiro em 1951?Não, voltei para Maceió. Nesse tempo, Arnon de Melo, pai do futuro presidente Fernando Collor, era governadorde Alagoas; conseguiu um empréstimo e elaborou um ambicioso programa de pavimentaçãode quase todas as estradas importantes do estado, inclusive a ligação de Maceió com o Sertão. Umgrande número de engenheiros, dentre os quais alguns baianos, foi contratado para o Departamento deEstradas de Rodagem; voltei para Maceió nessa época, porque havia muito trabalho disponível. Trabalheiem Alagoas durante dois anos e depois voltei para Recife; achei a engenharia muito desinteressante.Não queria prosseguir numa atividade que significava basicamente ganhar dinheiro; a parte técnica erapara os empregados das firmas de engenharia, mas quem realmente mandava no negócio era o pessoalenvolvido com o dinheiro. Voltei para Recife e consegui umas posições na Universidade, primeiroquase como voluntário na Faculdade de Filosofia, que tinha sido criada, e na Escola de Engenharia.Naquele tempo, o salário de professor era pequeno, não havia tempo integral, portanto era preciso terdois empregos para sobreviver. Em 1955 tornei-me professor assistente na Universidade de Recife.O senhor foi para a Universidade a convite de algum professor?Luiz Freire criou o primeiro Instituto de Matemática do Nordeste, ligado à Escola de Engenharia daUniversidade de Recife e também à recém-criada Faculdade de Filosofia. Esteve na Europa e contratoudois professores portugueses, fugidos do regime de Salazar: o prof. Alfredo Pereira Gomes, que estavana França há seis anos, e o prof. Manuel Zaluar Nunes, que estava em Lisboa, um matemático mais201

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