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IMPA 50 Anos

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fui um dos coordenadores, junto com Giuseppe Valla, italiano, e Ngo Viet Trung, vietnamita. Em 94repetimos o evento. Miramare é um lugar de situação invejável, à beira do mar Adriático, muito bonito.Lá está o castelo de Maximiliano, imperador austro-italiano, que depois foi imperador do México, ondemorreu assassinado. Bom, essas reuniões foram muito importantes, e a partir de 93 fui eleito membropermanente da TWAS, Third World Academy of Sciences. Aliás, considero horrível essa denominaçãode Academia de Ciências do Terceiro Mundo. Já soprei no ouvido de vários colegas que devíamosmudar o nome, mas como já é muito tradicional, é difícil trocar.Sua eleição significa o reconhecimento de sua carreira como matemático?Sim, é uma honraria, o reconhecimento de uma carreira. Acho que é extremamente interessante, pelosobjetivos a que essa Academia se propõe, pois é dedicada a desenvolver a ciência e a tecnologia nospaíses em desenvolvimento. Sua sede é em Trieste. Sem falsa modéstia, sou um dos cinco matemáticosbrasileiros membros dessa Academia; os outros são Mauricio Peixoto, Elon Lages Lima, Manfredo doCarmo e Jacob Palis, todos do <strong>IMPA</strong> [Adendo (2002): outros matemáticos brasileiros acabam de sereleitos para a TWAS]. Colaboro sempre que me requisitam, participei de comitês de vários tipos; agora,por exemplo, estou no Comitê de Recomendação de Novos Candidatos.Em 1997, ao deixar a Universidade Federal da Bahia o senhor retornou a Recife?Nessa altura, tomei várias decisões, uma das quais foi me desligar do <strong>IMPA</strong>. O Jacob e o Camachovinham conversando comigo, insistindo para que eu voltasse, e era uma coisa que sempre vi com muitobons olhos, mas não havia condições práticas de fazer isso. Primeiro, minha então companheira eraprofessora da Universidade Federal da Bahia — é até hoje. Havia também o fato de o Rio não ser olugar ideal para reiniciar tudo, inclusive financeiramente. Agora, certamente o <strong>IMPA</strong> sempre esteve nomeu coração. Para mim é, até hoje, o melhor modelo de instituição. Mas recusei o convite para voltar,dizendo ao Jacob e ao César: “Vou desligar-me oficialmente através de uma carta, porque é a coisadecente a fazer. Estou em licença sem vencimentos, mas vocês podem estar precisando da vaga.” E épossível que no futuro, quem sabe, eu volte a acalentar essa possibilidade. Mas é uma coisa que sempreficou, certamente, no meu coração, nas minhas ligações. E as minhas atividades são muitas ligadas avárias coisas do <strong>IMPA</strong>; por exemplo, sou membro do CTC, o Conselho Técnico Científico do Instituto,com mandato prorrogado. Agora, meu caminho de volta foi meio complicado, porque eu não queriaretornar a Pernambuco levando minha vaga de novo, nem queria solicitar à Universidade Federal daBahia que se empenhasse em discussão com outro reitor, pois isso para mim era uma coisa insuportável.De outro lado, minha permanência na Bahia era impossível. Eu só tinha uma solução: contar o númerode anos de serviço e tentar me aposentar pela UFBA; e foi o que fiz, aposentando-me com a perda de umano, mais ou menos. E nessa altura, surgiu a possibilidade de um concurso para professor titular emPernambuco; passei e fui absorvido como titular desde 97. Continuei nesse pingue-pongue entre Recifee Salvador, até 2001, quando tornei a me separar. Hoje, com nova mulher, estou fixado em Recife, semprojetos atuais de sair permanentemente. Mas, quem sabe?33

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