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IMPA 50 Anos

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ENTREVISTAARON SIMISPrimeiros anosO senhor é filho de imigrantes romenos, que vieram dar com os costados em Pernambuco. Conte-nos um pouco desua trajetória.Meus pais vieram da Romênia, onde viviam em situação extremamente precária. As respectivas famíliasemigraram nos anos 1920, aproximadamente. Moravam em Iednetz, um vilarejo perdido em algumlugar — Deus sabe se ainda existe ou se mudou de nome — e chegaram aqui ambos muito jovens. Coma dureza típica que espera a maioria dos imigrantes, eles tiveram que deixar a escola ainda no primário.Meu pai começou a trabalhar muito cedo; com dez anos já andava metido em comércio, uma espéciede mascate ou vendedor ambulante, mas com vinte e poucos anos estabeleceu-se como sócio em umaloja de tecidos. Quando se casou e nos teve — sou o menor entre três, um irmão e uma irmã mais velhos— meu pai já possuía uma situação financeira razoável. Vivi minha infância sob aquela permanenteatmosfera de uma família de recém-imigrados; além disso, meus pais eram judeus, e isso, em meadosda década de 40, tornava a convivência com os nativos muito desgastante. Fiz o curso primário noColégio Israelita de Pernambuco (1946–<strong>50</strong>), o ginásio no Colégio Osvaldo Cruz (1951–54), e o científiconos colégios Americano Batista e Carneiro Leão (1955–58).Como a matemática entrou em sua vida?Um pouco tarde; não fui precoce em matemática. Na verdade, muito cedo descobri várias outras coisascomo desenho, pintura, leitura, música clássica. Não aprendi a tocar nenhum instrumento, mas ouviamuito. Meus irmãos aprenderam instrumentos musicais, mas quando fui a bola da vez, meus paisdesistiram, para minha grande decepção. Talvez por isso eu tenha começado a ouvir muita músicaclássica desde bastante jovem, para compensar a desilusão. Portanto, se houve alguma precocidade, foiem áreas completamente diferentes. Comecei a me interessar por matemática a partir do primeiro ousegundo ano do curso científico. Um dia, um colega que nem bom aluno de matemática era, mostroumeum compêndio de matemática bastante conhecido, escrito pelo coronel Sinésio de Farias, um livro17

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