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IMPA 50 Anos

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Quais eram as atribuições do diretor de setor?Analisar os pedidos de bolsa e de auxílios e dar um parecer, que passava pelo diretor-geral e depois iaao presidente do CNPq; finalmente, o Conselho Deliberativo decidia sobre o pedido. Foi um período deenorme atividade para mim, porque em 64 criou-se formalmente o Instituto de Matemática da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, e organizou-se um Conselho Diretor, com representantes das diversasunidades; participei como membro do <strong>IMPA</strong>, que já estava iniciando seu programa de pós-graduação.E acabei eleito diretor do Instituto de Matemática, em 65. Assim, no mesmo ano era diretor do <strong>IMPA</strong>, doInstituto de Matemática da UFRJ e do Setor de Matemática do CNPq; no ano seguinte, comecei a organizaro vestibular unificado de engenharia no Rio de Janeiro, que deu origem à Fundação Cesgranrio. Em1969 estava tão envolvido com administração que decidi que não seria mais matemático; consegui umabolsa, fui para os Estados Unidos e passei dois anos trabalhando em administração na Universidade doTexas, em Austin.Ainda em 1964, o senhor também participou da avaliação do curso de matemática na Universidade de Brasília?Sim, como consultor do MEC. Hoje, quem tem essa atribuição é a CAPES, mas na época a Diretoriade Ensino Superior do MEC convocava pessoas para dar parecer sobre o funcionamento de cursos;visitávamos o local, passávamos algum tempo e dávamos um parecer. A Universidade de Brasília tinhasido muito marcada pelo fato de ter sido criada por Anísio Teixeira, tendo Darcy Ribeiro como seuprimeiro reitor, que ficou muito em evidência, sob o aspecto político. O <strong>IMPA</strong> tinha atuado a seu pedidona organização do Departamento de Matemática da Universidade; enviamos, inclusive, professorespara lá, como Djairo, Elon Lima, Manfredo e Geraldo Ávila, gente da melhor qualidade. Quando houvea Revolução, o reitor já era Zeferino Vaz, mas a UnB tinha ficado muito visada. Em 1965 houve umacrise com um professor que queriam demitir; em torno disso um grupo tomou uma posição rígida, edeu uma briga danada na Universidade. Todo mundo pediu demissão. Eu era diretor do <strong>IMPA</strong>, e minhagrande preocupação era evitar que as pessoas que estavam em Brasília fossem embora para o exterior.Aí comecei uma negociação com o novo reitor, Laerte Ramos de Carvalho, boa pessoa, mas meio fraco,dominado. Tive um trabalho infernal, porque o <strong>IMPA</strong> não tinha dinheiro e politicamente não podiatomar uma atitude contra o governo militar, sendo um órgão do governo; de outro lado, eu queriatrazer os professores de Brasília para o <strong>IMPA</strong>. Em suma, depois de uma negociação complicadíssima,acabamos fazendo um acordo com a Universidade de Brasília, pelo qual ela repassaria um dinheiro parao <strong>IMPA</strong>, de modo que pudéssemos trazer os professores e os alunos que estavam fazendo graduaçãoe mestrado na UnB — eram poucos, uns quatro ou cinco. Nesse episódio, o <strong>IMPA</strong> fez uma intervençãoextremamente útil, apoiado pelo prof. Moniz de Aragão, diretor de Ensino Superior do MEC. Com isso,evitamos que professores como Elon, Manfredo e outros fossem para o exterior — naquele momento,Djairo já estava no exterior e não chegou a ser envolvido nesse processo.191

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