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IMPA 50 Anos

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Sempre me senti cidadão brasileiro, embora tivesse morado no exterior até então, e me colocava seriamentea possibilidade de voltar para meu país.O senhor conhecia algum professor do <strong>IMPA</strong>?Não pessoalmente. Mas livros de autores do <strong>IMPA</strong> eram usados nos cursos, por isso, nomes comoManfredo do Carmo, Elon Lima, Jacob Palis, Paulo Sad, nos eram muito familiares. Colegas lá do Portotinham tido contato com o Jacob, sobretudo através dos encontros que ele organiza periodicamenteno International Center of Trieste Physics, em Trieste, e também me falaram muito bem de um cursoproferido por Paulo Sad em Trieste. Assim, em 85 fui a Coimbra para apresentar esse trabalho e, lembrobastante o momento, fui apresentado ao Jacob na abertura da conferência; ele era um dos principaisparticipantes e fez a sessão de encerramento. Ele acabou assistindo à minha palestra, às 8:00hs da noitede uma sexta-feira; eu torcia para ninguém comparecer, porque estava muito nervoso, era a minhaprimeira apresentação séria. Mas Jacob assistiu, participou bastante com perguntas, comentários, ede fato tornou a apresentação muito mais interessante para a audiência. No final eu, que já tinha o<strong>IMPA</strong> como uma das opções preferenciais por razões científicas, recebi um enfático convite do Jacobpara vir para o <strong>IMPA</strong>, seguido de uma explicação sobre o lado prático das coisas, a possibilidade de euter uma bolsa de estudos no <strong>IMPA</strong>, informação importante que eu não tinha. Na conversa, ele aindame disse que o sistema do <strong>IMPA</strong> era bastante flexível, direcionado para o doutorado; o mestrado erauma etapa anterior e não obrigatória. A Comissão de Ensino pode dispensar o estudante de fazer omestrado, quando entende que não é estritamente necessário, que a pessoa já tem a formação adequadapara entrar no doutorado. Isso é feito muito em função do histórico do aluno, muitas vezes dependeda graduação em seu país de origem, se é mais ou menos forte. Eu tinha feito uma graduação de cincoanos e, nos dois últimos, tinha feito praticamente todas as matérias do mestrado do <strong>IMPA</strong>; por isso, nãotinha necessidade do mestrado para poder começar o curso de doutorado. Outro ponto favorável é queo ensino de línguas estrangeiras em Portugal é bastante bom, mesmo em escolas públicas. Estudei cincoanos de francês e três de inglês; somado a uma certa facilidade pessoal, isto me permitiu rapidamentecomeçar a fazer palestras no exterior, controlar a bibliografia, freqüentar colóquios. Nessa visita quefiz à Universidade de Paris-Sud em 1985, tive que fazer um seminário e deram-me a opção de falarem inglês ou em francês — claramente, preferiam que eu falasse em francês. Decidi encarar o desafio,embora não tenha sido muito fácil, mas é desse jeito que fui melhorando.Nessa viagem a Paris, em dezembro de 1985, o senhor reencontrou o prof. Jacob Palis?Isso mesmo. Ele estava em Paris e telefonou para o Rio, pedindo que me enviassem os formuláriosde candidatura ao <strong>IMPA</strong>. Recebi a documentação em Paris mesmo, preenchi tudo e me candidatei aodoutorado. A resposta foi rápida, e em março de 86 comecei o programa do doutorado aqui no Rio deJaneiro.225

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