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IMPA 50 Anos

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o engenheiro Hélio Marcial de Faria Pereira, que tinha administrado a construção de vários prédios doSerpro, durante a gestão do Dion como presidente. Chamei-o para organizar a escolha. Convidamosquatro ou cinco arquitetos a apresentar projetos e escolhemos o que mais nos agradou, de Wit-OlafProchnik. Nós sabíamos exatamente o que queríamos; tínhamos redigido um documento, cuja cópiaguardo até hoje, descrevendo com precisão as características desejadas para o prédio. Passamos maisde dois anos discutindo com o arquiteto e começamos a construir em 1978; inauguramos em 81, aindanão completamente pronto, porque o dinheiro que tínhamos não deu para tudo.Durante a construção o senhor permaneceu no <strong>IMPA</strong>?Não, tinha passado novamente a direção para o Elon. Acontece que o Mauricio Peixoto assumiu apresidência do CNPq entre 1979 e 1980, e eu fui para lá como seu vice-presidente. Mas estava envolvidocom a construção, porque era responsável pela administração de todo o CNPq, o que incluía o <strong>IMPA</strong>.Voltei para o Instituto, e quando houve a inauguração eu já era diretor de novo. O prédio ficou bomporque passamos muitos anos pensando no que queríamos; na hora de construir, sabíamos exatamenteo que fazer e nos entrosamos muito bem com os arquitetos e engenheiros.O <strong>IMPA</strong> como Organização SocialO <strong>IMPA</strong> passou incólume pelos anos de regime militar, sem sofrer nenhum tipo de perseguição, não é?Isso mesmo, com exceção do caso do Elon, que relatei a vocês, e de uma injustiça com o prof. ManfredoPerdigão do Carmo, que foi impedido de receber um auxílio do CNPq para comparecer a um congresso.Isto resultou de uma característica bastante interessante do <strong>IMPA</strong>, que o diferenciou de algumas outrasinstituições: jamais alguém levou problemas político-partidários para dentro do Instituto. Em todas asvezes que dirigi o <strong>IMPA</strong>, nunca me interessei em saber o que cada um pensava, em termos políticos —evidentemente, eu conhecia a posição de alguns, por serem meus amigos pessoais, não por serem professores.Esta situação ímpar poupou o <strong>IMPA</strong> de perseguições, expurgos e outros constrangimentos.Simplesmente, as pessoas ali atuavam basicamente nas atividades acadêmicas.Como o senhor vê o <strong>IMPA</strong> um local essencialmente masculino? São pouquíssimas as professoras e pesquisadorasmulheres.Talvez seja um problema da matemática, porque no <strong>IMPA</strong> nunca houve qualquer restrição. Mas achoque é um fenômeno que ocorre em outras áreas também; na engenharia, por exemplo. Quando meformei, em 1954, minha turma tinha 240 alunos, sendo três moças; hoje é capaz de mais da metade serde mulheres. A mesma coisa acontece em química, em física. Essas coisas mudaram no país, graçasa Deus, diga-se de passagem. No <strong>IMPA</strong>, sempre houve preocupação com a qualidade dos candidatos,independentemente de sexo; a atual esposa do Mauricio, por exemplo, foi aluna do Instituto, vinda deSão Paulo.196

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