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IMPA 50 Anos

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também dois matemáticos franceses importantes, Claude Godbillon e Jean Martinet, ambos de Estrasburgo,que me convidaram para uma palestra. Depois de uma semana de conversas muito frutíferascom o Kuiper em Paris, fui dar uma palestra em Estrasburgo. Lá conheci Georges Reeb, que já haviaestado no Brasil e foi uma influência importante na minha formação — pouca gente sabe disso — porqueme colocou uma série de questões que vieram alimentar a definição da minha área. Reeb estava muitointeressado em entender e continuar os trabalhos de Paul Painlevé, importante matemático francês dofim do século XIX. Ele estava editando as obras completas de Painlevé e vivia me dizendo: “Você temque aprender Painlevé, melhorar Painlevé.” E em boa medida fizemos isso aqui, na minha linha depesquisa. Fizemos uma revisão da matemática desse século, além de algumas contribuições que melhoraramcertos teoremas da matemática daquela época. Ainda hoje temos aqui jovens matemáticos queforam estudantes nossos e que agora estão entrando em cheio nos trabalhos de Painlevé. Essa visitaà Europa em 1972 foi realmente muito oportuna. Jean Martinet pertencia a um grupo de jovens matemáticosfranceses, da geração de 68; junto com ele havia outros como, por exemplo, Robert Roussariee Robert Moussu — este veio a ter um papel importantíssimo na nossa relação com a França; é um matemáticode Dijon, da mesma geração de Martinet. Outro matemático é Ramis, também da mesma idade,praticamente; tudo gente da melhor qualidade matemática e da nossa geração. Essa viagem de 1972 foiseguida de outra em 1974, que gerou uma série de contatos. Robert Roussarie e Robert Moussu trabalhamem Dijon desde aquela época, são os principais responsáveis pelo Departamento de Matemáticadessa Universidade. Pois bem, em 1976 aconteceu um evento importante. Sotomayor, Welington deMelo e eu resolvemos organizar uma reunião sobre Teoria de Singularidades, um assunto com muitasvertentes; singularidades aparecem em vários aspectos da matemática. Então, resolvemos fazer algunsconvites. Sotomayor propôs o nome de Robert Roussarie, eu propus Jean Martinet e Robert Moussu, eo Welington convidou Harold Levine e Damon, dois matemáticos americanos. Fizemos uma ou duassemanas de reunião, ainda na sede da Luís de Camões. Também foi um marco, porque propiciou ocontato de parte da juventude do <strong>IMPA</strong>, esses três matemáticos que estavam interessados nessa teoria,com a correspondente francesa. E esse foi um momento especial da minha relação com a França porque,a partir dali, Robert Moussu se transformou num correspondente francês extremamente relevantepara nós. Além do talento matemático, ele interagia com muita gente na França e se transformou numaespécie de vínculo nosso para troca de informações e de visitantes. A partir daí começou uma relaçãodireta, com o objetivo concreto de fazer pesquisa em matemática. Foi realmente uma época muito rica.E outra coisa importante é que o sopro inicial sobre essa relação minha com os franceses jovens vinha deIvan Kupka. Parte dessa matemática que estávamos fazendo, Kupka já tinha feito alguma coisa antes.Ele era uma referência nossa. Kupka já estava em uma outra órbita, tinha saído de Berkeley e estava noCanadá. Mas mantínhamos correspondência, nos falávamos muito ao telefone; atualmente ele está emParis e periodicamente nos encontramos.55

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