12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Como encontrou a matemática em Recife, depois de ficar afastado por tantos anos?Nunca perdi o contato com o que estava acontecendo em Pernambuco, por minhas ligações sentimentais,amigos que deixei lá, colegas e ex-colegas, que realmente fortaleceram o Departamento de Matemática.Os portugueses já tinham regressado a seu país, depois da Revolução dos Cravos em 1974 —um já tinha falecido. Mas eu sabia exatamente o que estava acontecendo lá em termos de produçãocientífica. Pernambuco tinha um dos melhores departamentos de matemática do Brasil, com exceçãodo <strong>IMPA</strong> e da USP. A Unicamp ainda estava engatinhando; tinha contratado um corpo de professoresenorme, para depois depurar; mas a depuração é um processo longo. A UFRJ, por sua vez, sempre tevebons nomes, mas sempre foi extremamente complicada do ponto de vista administrativo; havia brigasentre grupos, separação. . . Em Recife, curiosamente, formou-se um departamento compacto, com gentetitulada em excelentes universidades estrangeiras, dotada de iniciativa, todo mundo produzindo muitobem, de maneira que foi uma tranqüilidade. Já havia mestrado reconhecido, e o doutorado foi iniciadoem seguida. Logo na chegada, em 1982, fui eleito coordenador da pós-graduação, onde fiquei até 1984;já encontrei as áreas bem definidas: Equações Diferenciais Parciais, Geometria Diferencial, Álgebra,Geometria Algébrica. . . Eu estava totalmente dedicado à Álgebra Comutativa, sempre com uma certafronteira com a Geometria Algébrica, porque são duas áreas que trabalham forçosamente juntas, sãoinseparáveis, interpenetram-se. Fiquei em Pernambuco de 82 a 86, praticamente. Em 85, fui eleito presidenteda Sociedade Brasileira de Matemática, e foi a primeira vez que ela deixou o eixo Rio–São Paulo;a Secretaria Executiva da Sociedade funciona nas dependências do <strong>IMPA</strong>, mas eu a presidi a partir dePernambuco. Metade a partir de Pernambuco e metade a partir da Bahia porque, em 1987, passei a serprofessor visitante da pós-graduação da Universidade Federal da Bahia, cargo em que passei dois anos,licenciado em Pernambuco sem vencimentos.Como a Universidade Federal da Bahia entrou em sua vida?Um dos meus orientandos do <strong>IMPA</strong>, José Fernandes Andrade, terminou sua tese e retornou à Bahia, deonde era originário. Nos primeiros anos depois de seu doutorado, colaboramos bastante, escrevendoem conjunto uma série de cinco ou seis artigos. Ele foi várias vezes a Recife, passar um período, e eufui à Bahia; numa dessas ocasiões, ele fez um projeto para eu passar um período curto lá, de três meses.Gostei muito do local e, além disso, eu estava separado e encontrei nova companheira lá; certamente,esse foi um fator decisivo para minha transferência. Pedi licença em Pernambuco e fiquei como professorvisitante na pós-graduação da Universidade Federal da Bahia, entre o final de 1986 e o final de 1988;em 1989 transferi-me definitivamente, o que é um processo extremamente complicado, porque se tratade uma decisão entre reitores.Então, <strong>IMPA</strong> é passado?Nunca, nem sentimentalmente, nem intelectualmente. Continuo vindo ao Rio, participando dos Colóquios,sempre muito ligado aos algebristas do <strong>IMPA</strong>, trocando correspondência. Com o advento da29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!