12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

De volta ao <strong>IMPA</strong>Quando o senhor retornou ao <strong>IMPA</strong>?Em agosto de 1968, tendo obtido o doutorado em 1967. Após o doutorado, ainda fiquei um ano nosEstados Unidos, inicialmente como visitante na Brown University, onde estava o Mauricio, com visitasfrequentes ao MIT e Brandeis, e depois como professor assistente da Universidade da Califórnia, emBerkeley.O senhor chegou como pesquisador assistente, em dezembro de 68 foi promovido a pesquisador associado e, emmeados de 70, a pesquisador titular III. Foi uma carreira bastante rápida.É verdade. Foi pouco comum, pois eu já tinha uma produção muito boa. Segundo Elon e Mauricio,minha carreira no <strong>IMPA</strong> seria um teste para o novo modelo a ser implantado no Instituto. Ainda nosEstados Unidos, eu conversava bastante com o Manfredo, também com o Elon, que estiveram por lá,sobre minha volta. Nunca tive dúvida de que queria retornar ao Brasil e nem dei atenção às váriasofertas de instituições americanas. Nas conversas com Manfredo, uma idéia constante era solidificar apesquisa matemática no Brasil como uma atividade regular, assim como a formação de novos pesquisadores.Isso não era uma crítica ao passado; reconhecíamos o papel pioneiro dos matemáticos brasileirosjá mencionados e de Lélio Gama. A matemática brasileira, em um sentido mais global e duradouro,começou com eles. Mas creio que a década de 70 marcou o início da produção científica local em basesregulares e bem mais amplas, como também o da formação regular de novos pesquisadores.Em 1969, o <strong>IMPA</strong> passou por uma crise, que culminou com o afastamento de Leopoldo Nachbin, um dos fundadoresda instituição.De fato, em 1969 chegou do exterior um grupo de pesquisadores, com a intenção de dar uma sacudidano <strong>IMPA</strong> e instalar, como eu disse, a pesquisa em bases mais institucionalizadas, assim como o programade doutorado. Os sonhos eram outros, mais audaciosos e abrangentes. Aqui predominava a figura deLeopoldo, que era o mais presente, pois Mauricio passou um longo período na Brown University, só retornandono início dos anos setenta. Creio que o choque — este é um ponto importante — talvez tenharesultado mais do desejo de mudanças e reação contrária. Nosso nível de ambição era outro, emborasempre coerente com a qualidade. Também era outro o nível de audácia. Eu brincava com meus colegasamericanos: “Vocês vão ver como nós vamos criar lá o melhor ambiente matemático ao sul do rioGrande.” O ano de 1969 marcou a passagem para um outro patamar de atividades científicas. E eu nãoera o único a pensar assim; Elon e Manfredo pensavam da mesma maneira — Djairo Figueiredo tambémvoltou nessa época, mas infelizmente não ficou muito tempo. Elon e Mauricio reagiram de forma extremamentepositiva às novas idéias. De fato, não posso nem separar: inspiraram, compartilharam emuito contribuíram para esta nova formulação. O Leopoldo, creio, ficou muito na defensiva. Ele foi umexcelente matemático, talvez o primeiro brasileiro de grande prestígio internacional, e teria sido bemmelhor se com ele tivéssemos dado vida aos nossos sonhos daquela época.125

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!