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IMPA 50 Anos

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A pós-graduação no <strong>IMPA</strong>Quando foi criado o programa de doutorado em Sistemas Dinâmicos?Vários doutorados em análise e dinâmica, orientados por Leopoldo e Mauricio, foram outorgados nadécada de 60, em convênio com a então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio deJaneiro. Em bases regulares, ele foi preparado em 1969 e implantado em 1970, e para isso conseguimos oaval do CNPq e o apoio inestimável do BNDE. Iniciou-se com as áreas de sistemas dinâmicos e geometriadiferencial. É interessante observar que esse doutorado é um dos primeiros resultados da revoluçãocausada no país pelo Parecer Sucupira do Conselho Federal de Educação, organizando a pós-graduaçãono Brasil. Considero nos anos 60 o Parecer Sucupira e o programa do BNDE, idealizado por José PelúcioFerreira, apoiando a pesquisa fundamental e a formação de novos pesquisadores, como dois marcos excepcionaisda história da ciência no Brasil e ambos datam dos anos sessenta. No <strong>IMPA</strong>, esse programateve sucesso muito mais cedo do que esperávamos. Já a partir de meados de 72, formávamos três doutores:Welington de Melo, o inesquecível Ricardo Mañé e Pedro Mendes, meus primeiros orientandos;os dois primeiros tornaram-se logo depois pesquisadores assistentes do <strong>IMPA</strong>, pois eram excelentes.Na Geometria, doutorava-se Keti Tenemblat com o Manfredo. . . Aí já estavam ou chegaram logo após,outros colegas importantes para o programa. Como César Camacho e Jorge Sotomayor. Também KarlOtto Sthör em geometria algébrica, Otto Endler, que já estava parcialmente no <strong>IMPA</strong> desde os anos sessenta,em álgebra, Pedro Nowosad em análise, Lúcio Rodriguez em geometria, Pedro Fernandez emprobabilidade, Djalma Galvão em estatística. . .O senhor não teve vontade de voltar a ensinar na UFRJ?Quando retornei de meu doutorado no exterior, a Universidade propôs-me reatar a ligação com ela, eeu aceitei. Durante um par de anos, ainda continuei por lá, ensinando cálculo na Escola de Engenharia,como titular de fato, mas não de direito — a cátedra tinha sido extinta, e os primeiros concursos paratitular ainda estavam em elaboração. Não queria acumular salários, e assim descontava de minha bolsado BNDE no <strong>IMPA</strong> o que recebia da Universidade. Acontece que eu estava tão empolgado com a criaçãodos novos programas de pós-graduação e pesquisa no Instituto, que pedi demissão da UFRJ, pois queriaconcentrar neles meus esforços. No início do novo programa de doutorado, já a partir do segundosemestre de 1969 eu trabalhava até aos sábados, junto com os alunos que fariam as próximas exposiçõesem nosso seminário. E não havia muita literatura, pois se tratava da fronteira do conhecimento, pontada pesquisa. Sei que em uma dessas ocasiões, voltei do <strong>IMPA</strong> para casa de ônibus — morava na ruaSoares Cabral, em Laranjeiras, perto da sede do Fluminense — e saltei um ponto antes, para caminharum pouco. Encontrei José Pelúcio, acompanhado de seus filhos, um casal de crianças bem jovens. Eleme viu carregado de livros e pastas, o cabelo em desalinho, e foi perguntando: “O que é isso? Trabalhandonum sábado à tarde?!” Cheio de entusiasmo, contei: “Tenho que acompanhar a preparação dasexposições dos alunos no seminário, para tirar dúvidas, ver se está tudo bem.” Ele, que já conhecia o126

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