12.07.2015 Views

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

IMPA 50 Anos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Fazendo um balanço de sua primeira estada no Brasil, qual foi o impacto do <strong>IMPA</strong> em sua formação?Obviamente, foi importante conhecer alguma coisa diferente. O pessoal realiza pesquisas próximasde minha área, sem ser idênticas. Também o fato de poder conversar com pessoas diferentes, pessoasde nível nitidamente alto, enriquece muito. Eu disse antes que a matemática é mais individual; nessesentido, é bem parecida com as ciências sociais, pois não há necessidade de uma estrutura institucionalmuito pesada, com laboratórios sofisticadíssimos, mas requer muitos contatos para trocar idéias.Para mim foi muito bom. Na época, os nomes mais importantes do <strong>IMPA</strong> eram Jacob Palis, Elon Lima —Lindolpho de Carvalho Dias era o diretor quando cheguei —, César Camacho, Welington Celso de Melo,Paulo Sad, Jorge Sotomayor. . . Aron Simis não conheci muito bem, porque quando somos jovens, tendemosa trabalhar na tese de doutorado e ficamos muito especializados numa área restrita, ignorandoo mundo exterior. Pouco a pouco, vamos ampliando o espectro e conversando com gente fora do interessedireto, e até de fora da matemática. Mas no início o esforço para entender e conseguir resultadosna nossa própria área é muito grande, e ninguém tem tanto tempo assim. Uma vez que se consegueterminar o trabalho, é natural que se tenha mais energia para se abrir.Terminado seu período no Brasil, o senhor retornou a Paris?Sim, voltei como pesquisador do CNRS no Centre de Mathématiques de l’École Polytechnique. Nesseperíodo, eu me casei; conheci minha mulher nos primeiros meses de minha estada no Rio, em 1981 —ela é oriunda do Maranhão. Não demorei a voltar ao Rio; não posso lembrar exatamente quantas idase voltas eu fiz, mas passei bastante tempo no Brasil enquanto estava no CNRS. Como eu não tinha quelecionar e meu filho, que nasceu em 84, era muito pequeno e não tinha que ir para a escola, aproveiteipara passar longas temporadas aqui. Depois de retornar à França em 1983, passei quatro ou cinco mesesaqui no final de 1984 e voltei no ano seguinte.E ficava trabalhando no <strong>IMPA</strong>?Basicamente, mas aproveitei para conhecer Porto Alegre, Belo Horizonte, Campinas, São Paulo; visiteitambém diversas universidades no Brasil. Acho que, a partir de 1981, participei de todos os ColóquiosBrasileiros de Matemática, realizados pelo <strong>IMPA</strong> de dois em dois anos. Nos últimos tempos, passo maisou menos dois meses por ano aqui, nas férias do verão europeu. Em agosto, Paris fica completamentevazia, e eu venho para cá, retornando em setembro, porque meu filho começa a escola e eu prefiro estarem Paris para checar se está tudo bem. Em outubro, volto novamente ao Rio para passar o mês. Emgeral, fico no <strong>IMPA</strong> fazendo pesquisas e dando seminários. Há um grupo de pesquisadores do <strong>IMPA</strong>,que é excepcional em Sistemas Dinâmicos, mas também há o pessoal da PUC, da UFRJ; o grupo deSistemas Dinâmicos é de alto nível. Em termos mundiais, o Rio de Janeiro tem a maior concentração depesquisadores dedicados a Sistemas Dinâmicos, talvez mais até que Paris.144

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!