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IMPA 50 Anos

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o barco. Foi um período terrível! Por exemplo, o <strong>IMPA</strong> tinha dois carros, um para carregar cargae outro para levar pessoas, e tivemos que entregar os dois ao governo. Esses carros foram levadospara um pátio no Rio de Janeiro, ninguém sabe onde, e desapareceram, enferrujaram. . . Aquela políticacompletamente maluca de contenção de despesas. Realmente, foi muito difícil. Vacas magérrimas. Nãodava para fazer nada. Tentamos várias possibilidades de firmar algum convênio internacional, mas foiimpossível, porque não havia a contrapartida do governo brasileiro. A partir de 92 tudo começou amelhorar. Aí chamei o Jacob e disse: “Vou passar isso para você.” É um período do qual não me lembrocom grande saudade. Deixei a direção e comecei a escrever livros; minha grande produção foi dessaépoca, iniciada mesmo antes de deixar a direção. Não é bom ser diretor de qualquer coisa, perde-setoda a liberdade. Seu tempo não é seu.Nesse momento, o senhor participava também do Conselho Universitário da UERJ e do Conselho Editorial daEduerj, a editora da UERJ.Sim. O reitor Ivo Barbieri criou uma comissão de avaliação externa da Universidade, da qual fiz partecom várias pessoas, como Simon Schwartzman, José Pelúcio Ferreira, Reinaldo Guimarães, Aspásia Camargo,entre outros; eu fiz o relatório da área de Ciências Exatas e Tecnológicas. O relator geral foiSimon Schwartzman, com quem tive uma divergência séria, porque ele advogava que a UERJ deviaser uma escola de terceiro grau, o que significava uma faculdade noturna para atender ao pessoal quetrabalha durante o dia, e eu me insurgi contra isso. Eu dizia: “O Rio de Janeiro é, na pior das hipóteses,o segundo estado cientificamente mais desenvolvido no Brasil. Mas a UERJ não é a segunda universidadeestadual do Brasil, está muito longe disso. O que temos que fazer é levantar seu nível para que elaalcance o nível do estado onde está localizada, e não esse negócio de faculdade de terceiro grau, cursonoturno etc.” E fiz minha exposição de motivos nesse sentido. No ano seguinte fui eleito para o ConselhoUniversitário da UERJ, ocupando uma das duas vagas de representantes da comunidade; a outravaga foi preenchida pelo Betinho. Tomamos posse no mesmo dia, e fizemos dois discursos inteiramentediferentes.E nesse período o senhor também integrou o Conselho da Editora da UERJ?Não, foi mais tarde, a convite de Hésio Cordeiro, sucessor do Ivo Barbieri — aliás, depois Hésio e eufomos colegas no Conselho Nacional de Educação. A Editora da UERJ é um lugar maravilhoso, ondetínhamos discussões interessantes a respeito dos livros submetidos para publicação. Essa passagem dosanos 80 para os 90 não deixaram saudades, mas em compensação, escrevi muito, foi uma época muitorica em reflexão.E recebeu seu segundo Prêmio Jabuti.É verdade, além do Prêmio Anísio Teixeira, em 1991, conferido pela CAPES.116

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