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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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10 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

O PROBLEMA DA REENCARNAÇÃO<br />

É<br />

bastante conhecida a divergência entre o que se convencionou chamar o<br />

Espiritismo latino e o anglo­saxão. Essa divergência se verificou em torno de<br />

um ponto essencial: a doutrina da reencarnação. Os anglo­saxões,<br />

particularmente os inglês e americanos, aceitaram a revelação espírita com uma<br />

restrição, não admitindo o princípio reencarnacionista. Por muito tempo, esse fato<br />

serviu de motivo a ataques e críticas ao Espiritismo, o que não impediu que o<br />

movimento seguisse naturalmente o seu curso.<br />

A codificação kardequiana, cujos princípios giram praticamente em torno<br />

da lei da reencarnação, foi repelida pelos anti­reencarnacionistas. Veja­se como<br />

Comam <strong>Doyle</strong> se refere ao Espiritismo francês, logo no início do capítulo vinte e um<br />

deste livro: “O Espiritismo na França se concentra na figura de Allan Kardec, cuja<br />

teoria característica consiste na crença da reencarnação”. Não obstante, o próprio<br />

<strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong>, e outros grandes espíritas ingleses e americanos, admitiam a<br />

reencarnação. E a resistência do meio tem sido bastante minada, na Inglaterra e nos<br />

Estados Unidos, principalmente depois da última guerra.<br />

Em “A Nova Revelação”, <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong> se coloca numa posição curiosa,<br />

que dará ao leitor brasileiro uma ideia exata da sua atitude neste livro. Logo no<br />

prefácio, declara que muitos estudiosos têm sido atraídos pelo aspecto religioso do<br />

Espiritismo, e outros pelo científico, acrescentando: “Até agora, porém, que eu<br />

saiba, ainda ninguém tentou demonstrar a exata relação que existe entre os dois<br />

aspectos do problema. Entendo que, se me fosse dado lançar alguma luz sobre esse<br />

ponto, muito teria eu contribuído para a solução da questão que mais importa à<br />

humanidade”.<br />

Isto era escrito entre 1927 e 28, cerca de sessenta anos após o passamento<br />

de Kardec. E todos sabemos que Kardec deixou perfeitamente solucionado o<br />

problema, ao apresentar o Espiritismo como uma doutrina tríplice: filosófica,<br />

científica e religiosa. Vemos, assim, que <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong>, neste ponto como em tantos<br />

outros, pensava paralelamente a Kardec, esperando, por assim dizer, o momento em<br />

que a codificação kardequiana aparecesse no mundo, sem suspeitar que ela já existia<br />

e estava ali mesmo, ao seu lado, para lá do Estreito da Mancha.<br />

Em nada, porém, esses fatos prejudicam o valor e a significação desta obra.<br />

Servem mesmo para documentar uma fase do imenso processo de desenvolvimento<br />

do Espiritismo.<br />

Os estudiosos da doutrina e da sua história terão neste livro uma visão<br />

panorâmica desse fato histórico extraordinário, ainda não compreendido pelo<br />

mundo, que é o aparecimento e a propagação de uma nova revelação espiritual, nos<br />

tempos modernos. E nada melhor para exprimi­lo do que a admirável imagem usada<br />

por <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong>, logo no capítulo primeiro, ao comparar as modernas

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