A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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41 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
“shakers”, nos Estados Unidos, e que despertou menos atenção do que merecia.<br />
Parece que de um lado essa boa gente se ligava aos shakers, e do outro aos<br />
refugiados das Cevennes, vindos para a Inglaterra para se subtrairem à perseguição<br />
de Luis XIV.<br />
Mesmo na Inglaterra as suas vidas inofensivas não os livraram da<br />
perseguição dos fanáticos e eles se viram forçados a emigrar para os Estados<br />
Unidos, durante a Guerra da Independência. Aí fundaram estabelecimentos em<br />
vários lugares, vivendo vida simples e limpa, na comunidade de princípios, sóbria e<br />
castamente, na sua palavra de ordem. Não é de admirar que a nuvem psíquica das<br />
forças do além pouco a pouco descesse sobre a Terra e encontrasse repercussão<br />
naquelas comunidades altruísticas. Em 1837 existiam sessenta desses grupos e todos<br />
eles respondiam de várias maneiras à nova força. Então guardavam muito<br />
cuidadosamente a experiência para si mesmos, porque, como os seus maiores<br />
posteríormente exploravam, certamente teriam sido levados para os hospícios se<br />
tivessem revelado o que então ocorria. Entretanto, logo depois apareceram dois<br />
livros contando as suas experiências: “Santa Sabedoria” e “O papel sagrado”.<br />
Parece que os fenômenos se iniciaram com os costumeiros sinais de avisos,<br />
seguidos pela obsessão, de quando em vez, de quase toda a comunidade. Cada um,<br />
homem ou mulher, demonstrava estar preparado para a manifestação dos Espíritos.<br />
Entretanto os invasores só chegavam depois de pedir permissão e nos intervalos não<br />
interferiam no trabalho da comunidade. Os principais visitantes eram Espíritos de<br />
Peles Vermelhas, que vinham em grupos, como uma tribo. Um ou dois presbíteros<br />
deveriam estar na sala de baixo, aí batiam à porta e os índios pediam licença para<br />
entrar. Dada a licença, toda a tribo de Espíritos de índios invadia a casa e em poucos<br />
minutos por toda a parte ouviase o seu “Whoop! Whoop!” Os gritos de “whoop”,<br />
aliás, emanavam dos órgãos vocais dos próprios “shakers”. Mas, quando sob o<br />
controle dos índios, conversavam na língua destes, dançavam as suas danças e em<br />
tudo mostravam que estavam realmente tomados por Espíritos de Peles Vermelhas.<br />
Perguntarão por que deveriam esses aborígines norteamericanos<br />
representar um papel tão saliente não só na inícíação, mas na continuidade do<br />
movimento? Há poucos médiuns de efeitos físicos neste país, como nos Estados<br />
Unidos, que não tenham como guia um Pele Vermelha e cuja fotografia não é raro<br />
ser obtida por meios psíquicos, ainda com os seus vestidos e seus peitorais de couro<br />
cru. É um dos muitos mistérios que ainda devemos solucionar. Com certeza apenas<br />
podemos dizer, baseados em nossa própria experiência, que esses Espíritos têm<br />
grandes poderes para a produção de fenômenos físicos, mas nunca demonstram um<br />
ensino mais alto do que nos chega de Espíritos europeus ou orientais.<br />
Entretanto os fenômenos físicos ainda são de grande importância, porque<br />
chamam a atenção dos cépticos o assim, o papel reservado aos índios é de<br />
importância vital. Parece que os homens da rude vida campestre, na vida espiritual<br />
estão especialmente destinados às grosseiras manifestações da atividade do Espírito.<br />
E tem sido constantemente afirmado, conquanto seja difícil proválo, que o primeiro<br />
organizador de tais manifestações foi um aventureiro, que em vida se chamava<br />
Henry Morgan e que morreu como Governador da Jamaica, um posto para o qual<br />
havia sido nomeado ao tempo de Carlos II. Deve admitirse que essas afirmações<br />
não provadas nenhum valor possuem no atual estado dos nossos conhecimentos, mas