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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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77 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

riqueza e felicidade em troca de um ataque ao Espiritismo, e cujas esperançosas<br />

promessas foram tão falazes...<br />

‘Muito antes que falasse a quem quer que fosse sobre este assunto, estava<br />

sendo incessantemente advertida por meu Espírito­Guia daquilo que devia fazer;<br />

por fim cheguei à conclusão de que era inútil contrariar as suas recomendações’.<br />

— ‘Não houve qualquer consideração de ordem monetária nesta<br />

declaração?’<br />

— ‘Não, por mínima que fosse; absolutamente.’<br />

— ‘Então a senhora não visa vantagens pecuniárias?’<br />

— ‘Indiretamente, sim. O Senhor sabe que embora governado pelos<br />

espíritos, um instrumento mortal deve zelar pela manutenção da vida. Isto pretendo<br />

conseguir de minhas conferências. Nem um centavo me veio ás mãos em<br />

consequência da atitude que tomei’.<br />

— ‘Por que motivo denunciou as batidas dos Espíritos?’<br />

— “Naquela ocasião necessitava muito de dinheiro, e criaturas, cujo<br />

nome prefiro não citar, se aproveitaram da situação. Daí a embrulhada. Também a<br />

excitação ajudou a perturbar o meu equilíbrio mental’.<br />

— ‘Qual o objetivo das pessoas que a induziram a fazer a confissão que a<br />

senhora e todos os outros médiuns traficavam com a credulidade do povo?’<br />

— ‘Visavam diversos objetivos, O primeiro e mais importante era a ideia<br />

de esmagar o Espiritismo, fazer dinheiro para si mesmos e provocar uma grande<br />

excitação, por lhes ser um elemento favorável’.<br />

— ‘Havia alguma verdade nas acusações que a senhora fez do<br />

Espiritismo?’<br />

— ‘Aquelas acusações eram falsas em todas as minúcias. Não hesito em<br />

dizê­lo... Não. Minha crença no Espiritismo não sofreu mudanças. Quando fiz<br />

aquelas terríveis declarações não era responsável por minhas palavras. Sua<br />

autenticidade é um fato incontroverso. Nem todos os Hermans vivos serão capazes<br />

de reproduzir as maravilhas que se produzem através de alguns médiuns. Pela<br />

habilidade manual e por meio de espertezas podem escrever em papéis e lousas,<br />

mas mesmo assim não resistem a uma investigação acurada. A produção da<br />

materialização está acima de seu calibre mental e desafio a quem quer que seja a<br />

produzir batidas nas condições em que as produzo. Não há ser humano na Terra<br />

que possa produzir as batidas do mesmo modo que elas o são por meu intermédio.’<br />

— ‘Propõe­se fazer sessões?<br />

— ‘Não. Dedicar­me­ei inteiramente ao trabalho de propaganda, pois<br />

este me dará melhores oportunidades para refutar as calúnias que eu mesma lancei<br />

contra o Espiritismo.’<br />

— ‘Que diz sua irmã Kate de sua presente atitude?’<br />

— ‘Está de pleno acordo. Ela não concordou com a minha atitude no<br />

passado’.<br />

— ‘Terá um empresário para o seu ciclo de conferências?’<br />

— ‘Não, senhor. Eu lhes tenho horror. Também eles me ultrajaram muito.<br />

Frank Stehen tratou­me ver gonhosamente. Fez muito dinheiro à minha custa e<br />

deixou­me em Boston sem um centavo. Tudo quanto recebi dele foram quinhentos e<br />

cinquenta dólares, dados no começo do contrato.’<br />

Para dar maior autenticidade à entrevista, por sugestão dela foi escrita a<br />

seguinte carta aberta, à qual ela apôs a sua assinatura:

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