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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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180 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

não podiam ser desprezadas e terminaram convindo que “o assunto era digno de<br />

maior atenção e cuidadosa investigação do que tinha recebido até então”. Essa<br />

conclusão de tal maneira pasmou a sociedade que eles representavam, que não foi<br />

possível dela obter a publicação das observações. Então a comissão resolveu<br />

publicá­la à sua própria custa, oferecendo assim um permanente registro da mais<br />

importante investigação.<br />

Os membros da comissão tinham sido escolhidos das mais variadas<br />

profissões, inclusive um doutor em teologia, dois médicos, dois cirurgiões, dois<br />

engenheiros civis, dois membros de sociedades científicas, dois advogados e outros<br />

de alta reputação. Charles Bradlaugh, o Racionalista, dela fazia parte. O Professor<br />

Huxley e G. H. Lewes, marido de George Eliot 84 tinham sido convidados a<br />

cooperar, mas ambos recusaram. Huxley, em resposta ao convite, disse que<br />

“supondo que os fenômenos sejam verdadeiros, eles não me interessam”, expressão<br />

que mostra que esse grande homem iluminado tinha suas limitações.<br />

As seis subcomissões se reuniram quarenta vezes para experiências, por<br />

vezes sem o auxílio de um médium profissional e com absoluto senso de<br />

responsabilidade concordaram que os seguintes pontos aparentemente tinham sido<br />

estabelecidos:<br />

1. “Que sons de um caráter muito variado, aparentemente vindos de móveis,<br />

do soalho e das paredes da sala — as vibrações acompanhadas de sons são<br />

muitas vezes distintamente perceptíveis ao tato — ocorrem sem serem<br />

produzidos por ação muscular ou dispositivo mecânico.”<br />

2. “Que movimentos de corpos pesados se dão sem dispositivo mecânico de<br />

qualquer espécie ou adequada aplicação de força muscular pelas pessoas<br />

presentes, e frequentemente sem contacto ou conexão com qualquer<br />

pessoa.”<br />

3. “Que esses sons e esses movimentos muitas vezes ocorrem em ocasiões e<br />

da maneira pedida pelas pessoas presentes e, por meio de um simples<br />

código de sinais, respondem a perguntas e deletreiam comunicações<br />

coerentes.”<br />

4. “Que as respostas e comunicações assim obtidas são, em sua maioria,<br />

constituídas de fatos comuns; mas por vezes são contados corretamente<br />

fatos conhecidos apenas de uma das pessoas presentes”.<br />

5. “Que as circunstâncias sob as quais ocorrem os fenômenos são variáveis e<br />

o fato mais importante é que a presença de certas pessoas parece necessária<br />

à sua ocorrência e que a de outras, geralmente, é adversa; mas essa<br />

diferença não parece depender de nenhuma crença ou descrença relativa ao<br />

fenômeno.”<br />

6. “Que, não obstante, a ocorrência dos fenômenos não égarantida pela<br />

presença ou ausência de tais pessoas, respectivamente.”<br />

O relatório resume em poucas palavras, como se vê adiante, as provas orais<br />

ou escritas recebidas, e que não só testemunham fenômenos da mesma natureza dos<br />

84 George Eliot é o pseudônimo da notável escritora inglesa Mary Ann Evans — nasceu em 1819 e<br />

morreu em 1880. — N. Do T

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