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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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190 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

em ato de fraude. Mas não há nada disso. O leitor é deixado na incerteza — uma<br />

vaga suspeita pairando sobre tudo, muito embora sem qualquer base séria”.<br />

Comentando isto, diz Light 91 :<br />

“Mostra Delanne, pelos resumos do próprio Relatório, que algumas<br />

experiências tiveram êxito, ainda quando as maiores precauções foram tomadas, tais<br />

como usar lâmpada escura para verificar­se realmente Eusapia tocara os objetos que<br />

se moviam. Deliberadamente o Relatório ainda desconta essas observações diretas e<br />

positivas, com exemplos de casos ‘ocorridos em outras ocasiões e outros lugares’,<br />

nos quais ‘se dizia’ ou ‘se pensava’ que Eusapia tivesse indevidamente influenciado<br />

o fenômeno.<br />

“O relatório Courtier provará cada vez mais ser aquilo que já dissemos ser<br />

— ‘um monumento de inépcia’ e a realidade dos fenômenos de Eusapia não pode<br />

honestamente ser posta em dúvida por frases sem sentido, con as quais o relatório<br />

foi enfeitado com liberalidade.”<br />

Aquilo que pode ser chamado uma investigação coletiva de um médium, foi<br />

empreendido nos anos de 1923 a 1925, com Mrs. Crandon, senhora de um médico<br />

de Boston, por uma comissão escolhida pelo Scientific Ámerican e depois por uma<br />

pequena comissão de homens de Harvard, tendo como chefe o conhecido astrônomo<br />

Doutor Shapley. A controvérsia sobre este inquérito ainda ruge e o assunto foi<br />

referido no capítulo que trata dos grandes médiuns modernos. Em resumo, pode<br />

dizer­se que dos investigadores do Scientif ia American, o secretário, Mr. Malcolm<br />

Bird e o Doutor Hereward Carrington proclamaram a sua completa conversão, Os<br />

outros fizeram declarações imprecisas, que envolvem a humilhante confissão de que,<br />

após numerosas sessões, feitas sob suas próprias condições e em presença de<br />

constantes fenômenos, não poderiam dizer se tinham sido enganados ou não.<br />

O defeito da comissão era não contar com um espírita experimentado e<br />

familiar com as condições psíquicas. O Doutor Prince era muito surdo, enquanto o<br />

Doutor McDougall estava numa situação em que toda a sua carreira acadêmica se<br />

achava ameaçada pela aceitação de uma explicação impopular. A mesma observação<br />

se aplica à comissão do Doutor Shapley, toda composta de rebentos científicos. Sem<br />

imputar consciente desonestidade mental, há uma saída subconsciente em busca da<br />

segurança. Lendo o relatório desses cavalheiros, com sua concordância com todas as<br />

sessões e seus resultados, e seu veredicto final de fraude, não é possível descobrir<br />

nenhum caminho normal para que tivessem chegado às suas conclusões.<br />

Por outro lado, o endôsso da mediunidade por gente que não tinha razões<br />

pessoais para extrema precaução era frequente e entusiástico. O Doutor Mark<br />

Richardson, de Boston, referiu que tinha estado em mais de trezentas sessões e não<br />

tinha a menor dúvida quanto aos resultados.<br />

O autor viu numerosas fotografias do fluxo ectoplásmico de “Margery” e,<br />

comparandoas com fotografias semelhantes, tiradas na Europa, não hesita em dizer<br />

que são inquestionavelmente genuínas, e que o futuro justificará o médium contra os<br />

seus críticos insensatos.<br />

91<br />

1909, página 356.

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