A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
85 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
testemunhos precedentes devemos ajuntar o que diz o Juiz Edmonds; 13 “Foi mais ou<br />
menos há cinco anos que o assunto atraiu a atenção pública, muito embora se<br />
verifique que uns dez ou doze anos antes houve algo no gênero em diferentes<br />
lugares no país, mas que havia sido ocultado, tanto por mêdo do ridículo quanto<br />
pela ignorância do que isso fosse.” Isto explica o surpreendente número de médiuns<br />
dos quais se começou a ouvir falar tão logo houve publicidade do caso da família<br />
Fox. Não era um novo dom que exibiam, mas apenas uma ação corajosa em tornálo<br />
largamente conhecido que Levava outros a se adiantarem e confessar que tinham o<br />
mesmo poder. Também esse dom universal da mediunidade pela primeira vez<br />
começou a ser livremente desenvolvido, O resultado é que cada vez mais se ouvia<br />
falar de médiuns. Em abril de 1849 houve manifestações na família do Reverendo<br />
A. H. Jervis, ministro metodista de Rochester, e na casa do Diácono Hale, nas<br />
vizinhanças da cidade de Greece. Assim, também, seis famílias na vizinha cidade de<br />
Auburn começaram a desenvolver a mediunidade.<br />
Em nenhum desses casos a família Fox tinha algo que ver com o que<br />
acontecia. De modo que estes pioneiros apenas abriram o caminho que os outros<br />
seguiram.<br />
Fatos dignos de nota dos próximos anos foram o rápido crescimento do<br />
número de médiuns por toda a parte e a conversão ao Espiritismo de grande número<br />
de homens públicos, como o Juiz Edmonds, o exgovernador Tallmadge, o Professor<br />
Roberto Hare e o Professor Mapes. A adesão pública de homens tão notórios deu<br />
enorme publicidade ao assunto, ao mesmo tempo que aumentou a virulência da<br />
oposição, que então percebia que estava lidando com algo mais do que um bando de<br />
beócios iludidos. Homens como aqueles podiam fazerse ouvir na imprensa diária.<br />
Houve também a mudança no caráter dos fenômenos. Em 1851 e 1852 Mrs. Hayden<br />
e Daniel Dunglas Home foram instrumentos de muitas conversões. Teremos muito<br />
que dizer destes médiuns nos capítulos seguintes.<br />
Numa comunicação dirigida “Ao público”, aparecida no New York Courier<br />
e datada em Nova Iorque de 1º de agosto de 1853, o Juiz Edmonds, um grande<br />
caráter e uma inteligência brilhante, fez um relato convincente de suas experiências.<br />
É curioso notar como os Estados Unidos, que então deram uma prova conspícua da<br />
coragem moral de seus chefes, parece que caíram, neste particular, em anos mais<br />
próximos de nós, pois o autor, em suas recentes viagens ali encontrou muitos que<br />
tinham conhecimento da verdade psíquica, mas ainda se encolhiam ante uma<br />
imprensa hostil, temerosos de confessar as suas convicções.<br />
No citado artigo, o Juiz Edmonds começou descrevendo minuciosamente os<br />
fatos que o levaram a formar a sua opinião. Transcrevemos aqui as suas palavras<br />
com alguns detalhes, por que é muito importante mostrar a base sobre a qual um<br />
homem altamente educado recebeu o novo ensino.<br />
“Foi em janeiro de 1851 que a minha atenção foi inicialmente chamada<br />
para as ‘manifestações espíritas’. Era um período em que me havia subtraído às<br />
relações sociais e trabalhava sob grande depressão de espírito. Dedicava todo o meu<br />
tempo livre a leituras sobre a morte e a sobrevivência do homem. No curso de<br />
minha vida eu tinha ouvido do púlpito, a esse respeito, tão contraditórias e<br />
chocantes doutrinas, que dificilmente saberia em que acreditar. Não podia, mesmo<br />
13 “Spiritualism”, by Jobn W. Edmonds and George T. Dexter, M. D., Nova Iorque, 1853, página 36.