17.11.2018 Views

A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

266 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

É natural que aquêLes que tiveram contacto pela primeira vez com o<br />

fenômeno das vozes deveriam suspeitar de ventriloquia, como uma possível<br />

explicação. D. D. Home, com quem essas vozes ocorriam tantas vezes, tinha<br />

cuidado ao encontrar essa objeção. Descrevendo a sessão quando Home o visitou em<br />

Cupar, em Fife, em 1870, assim escreve o General Boldero 173 :<br />

“Então as vozes foram ouvidas, falando simultaneamente na sala — duas<br />

pessoas diversas, a julgar pela entonação. Não nos foi possível guardar as palavras<br />

pro feridas, desde que Home persistia em falar conosco todo o tempo. Reclamamos<br />

contra a sua conversa, mas ele replicou: ‘Falo de propósito, para que possa<br />

convencer­se de que as vozes não são devidas a qualquer ventriloquia de minha<br />

parte, desde que isto é impossível quando alguém está falando com a sua voz<br />

natural’. A voz de Home era muito diferente das que se ouviam no ar.”<br />

O autor pode corroborar isto com a sua experiência pessoal, pois muitas<br />

vezes ouviu vozes falando ao mesmo tempo. Há exemplos no capítulo sobre os<br />

grandes médiuns modernos.<br />

O almirante Usborne Moore dá o testemunho de ter ouvido<br />

simultaneamente, com Mrs. Wriedt, de Detroit, as vozes de três ou quatro Espíritos.<br />

Em seu livro “lhe Voices”, de 1913, cita o testemunho da conhecida escritora Miss<br />

Edith K. Harper, antes secretária particular de Mr. W. T. Stead. Escreve ela 174 :<br />

“Depois de examinar um relato de cerca de duzentas sessões com Mrs.<br />

Etta Wriedt, durante as suas três visitas à Inglaterra, cujas notas de sessões gerais<br />

bastariam para encher um grosso volume se fossem escritas in extenso, procurarei<br />

relatar, resumidamente, algumas das mais notáveis experiências que eu e minha<br />

mãe tivemos o privilégio de assistir pela mediunidade de Mrs. Wriedt. Examinando<br />

as minhas notas de sua primeira visita em 1911, sobressaem os seguintes detalhes<br />

entre os principais aspectos das sessões: 1) Jamais Mrs. Wriedt caia em transe;<br />

conversava livremente com os assistentes; nós a ouvíamos falar também, até mesmo<br />

argumentando com Espíritos, com, cujas opiniões não concordava. Lembro­me de<br />

uma vez em que Mr. Stend sacudia­se em gargalhadas, ou ouvir a reprimenda de<br />

Mrs. Wriedt ao editor do Progressive Thinker por sua atitude contra os médiuns e<br />

da evidente confusão de Mr. Francis que, depois de uma tentativa de explicação,<br />

derrubou a trombeta e retirou­se aborrecido. 2) Duas, três e até quatro vozes de<br />

Espíritos falando simultaneamente a diversos assistentes. 3) Mensagens dadas em<br />

língua estranha — francês, alemão, italiano, espanhol, norueguês, holandês, árabe<br />

e outras, com as quais a médium não estava familiarizada. Uma senhora<br />

norueguesa, muito conhecida no mundo das letras e da política, foi abordada em<br />

norueguês, por uma voz masculina, dizendo­se seu irmão e dando o nome de ‘P’.<br />

Ela conversou com ele e deu mostras de satisfação ante as provas dadas de sua<br />

identidade... De outra vez uma voz falou em espanhol fluente, dirigindo­se<br />

determinadamente a uma senhora no grupo, que ninguém sabia tivesse ligações<br />

com essa língua. Então a senhora estabeleceu uma conversa fluente com o Espírito,<br />

em espanhol, com evidente satisfação para este”.<br />

Mrs. Mary Hollis, depois Mrs. Hollis­Billings, era uma notável médium.<br />

Esta americana visitou a Inglaterra em 1874 e também em 1880, quando foi<br />

173 SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH Jornal, Volume 4º, página 127.<br />

174 “The Voices”, páginas 324 e 325.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!