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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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88 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

controvertidos, como a finalidade do elemento, a indivisibilidade do átomo, a<br />

origem distinta das espécies, enquanto os conhecimentos psíquicos, tão<br />

menosprezados, se mantiveram firmes, aduzindo novos fatos, mas nunca<br />

contradizendo os que haviam sido anteriormente estabelecidos.<br />

Escrevendo sobre os benéficos efeitos de tal conhecimento, diz o Juiz:<br />

“É isto o que consola o triste e anima os desanimados; que suaviza a<br />

passagem pelo túmulo e anula os terrores da morte; que ilumina o ateu e encoraja o<br />

virtuoso entre todas as provas e vicissitudes da vida; e que demonstra ao homem o<br />

seu dever e o seu destino, tirando­o imediatamente do vago e do incerto.”<br />

Jamais o assunto foi melhor sintetizado.<br />

Há, entretanto, uma passagem final nesse documento notável que causa<br />

uma certa tristeza. Falando do progresso que o movimento tinha feito em quatro<br />

anos, nos Estados Unidos, diz ele:<br />

“Há dez ou doze jornais e periódicos dedicados à causa, e a bibliografia<br />

espírita abarca mais de cem publicações diversas, algumas das quais já atingiram a<br />

circulação de mais de 10.000 exemplares. Além da multidão indistinta, há muitos<br />

homens de alta posição e de talento alinhados entre eles — doutores, advogados,<br />

grande número de clérigos, um bispo protestante, o ilustre e reverendo presidente de<br />

uma universidade, juizes de nossas mais altas cortes, membros do Congresso,<br />

embaixadores estrangeiros e ex­membros do Senado dos Estados Unidos.”<br />

Em quatro anos a força do Espírito fez tanto assim. Como estão as coisas<br />

hoje? A multidão indistinta avançou valentemente e a centena de publicações<br />

tornou­se muito mais; mas onde se acham os homens esclarecidos e dirigentes para<br />

apontar o caminho? Desde a morte do Professor Hyslop é difícil apontar nos Estados<br />

Unidos um homem eminente com a coragem de jogar a sua carreira e a sua<br />

reputação proclamando essas ideias. Aqueles que nunca temeram a tirania do<br />

homem encolheram­se ante as caretas da imprensa. A máquina impressora triunfou<br />

onde a roda de tortura teria fracassado, O prejuízo geral em sua reputação e nos seus<br />

interesses, sofrido pelo Juiz Edmonds, que foi obrigado a resignar a sua cadeira na<br />

Suprema Corte de Nova Iorque, bem como muitos outros que deram testemunho da<br />

verdade, estabeleceu o reinado do terror, que afasta do assunto as classes<br />

intelectuais. Assim estão as coisas presentemente.<br />

Mas a imprensa no momento se achava bem disposta e o famoso relato do<br />

Juiz Edmonds, talvez o mais belo e o mais momentoso jamais produzido por um<br />

juiz, foi acolhido com respeito, senão com admiração. Eis o que disse o New York<br />

Courier:<br />

“A carta do Juiz Edmonds, por nós publicada sábado, em relação às<br />

chamadas manifestações espíritas, vinda, como veio, de um eminente jurista, um<br />

homem notável por seu claro bom senso nas coisas da vida prática, e um cavalheiro<br />

de um caráter irreprochável, atraiu a atenção da comunidade e é por muita gente<br />

considerada como um dos mais notáveis documentos da atualidade.”<br />

Disse o Evening Mirror, de New York:<br />

“John W. Edmonds, Presidente da Suprema Corte deste distrito, é um<br />

jurista hábil, um juiz ativo e um bom cidadão. Ocupando durante os últimos oito<br />

anos, ininterruptamente, as mais altas posições na magistratura, sejam quais forem<br />

as suas faltas, ninguém poderá acusá­lo justamente por falta de habilidade, de

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