A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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166 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
observada sob intensa luz do dia, O redator de The Spiritual Magazine, o mais<br />
sereno e elevado periódico dos Espíritas da época, escreveu:<br />
“Não hesitamos em dizer que o Doutor Slade é o mais notável médium<br />
dos tempos modernos”.<br />
Mr. J. Enmore Jones, conhecido pesquisador do psiquismo daqueles dias e,<br />
posteriormente, redator de The Spiritual Magazine, disse que Slade estava ocupando<br />
o lugar deixado por D. D. Home. A descrição que faz de sua primeira sessão indica<br />
o severo método de exame: “No caso de Mr. Home, recusou receber um salário e,<br />
via de regra, as sessões eram feitas ao anoitecer, no calmo ambiente familiar. Mas<br />
no caso do Doutor Slade elas se realizavam a qualquer hora, durante o dia, nos<br />
aposentos que ele ocupava numa pensão. Cobra vinte shillings e prefere que apenas<br />
uma pessoa fique na sala que ocupa. Não perde tempo: assim que o visitante se<br />
senta, começam os incidentes, continuam e terminam em cerca de quinze minutos”.<br />
Stainton Moses, que depois foi o primeiro presidente da Aliança Espírita de<br />
Londres, externou a mesma ideia a respeito de Slade. Escreveu: “Em sua presença<br />
os fenômenos ocorrem com uma regularidade e precisão, com uma ausência de<br />
preocupação com as ‘condições’ e com uma facilidade para observação que satisfaz<br />
inteiramente os meus desejos. É impossível imaginar circunstâncias mais favoráveis<br />
para a minuciosa investigação do que aquelas sob as quais testemunhei os<br />
fenômenos que ocorrem em sua presença com tão surpreendente rapidezembro..<br />
Não havia hesitação nem tentativas. Tudo era rápido, agudo, decisivo. Os<br />
operadores invisíveis sabiam exatamente o que iam fazer, e o faziam com presteza e<br />
precisão”. 68<br />
A primeira sessão de Slade na Inglaterra foi realizada a 15 de julho de<br />
1876, para Mr. Charles Blackburn, eminente espiritista, e Mr. W. II. Harrison,<br />
redator de The Spiritualist. Em plena luz do dia o médium e os dois assistentes<br />
ocuparam os três lados de uma mesa comum de cerca de três pés de lado. Slade pôs<br />
um pedacinho de lápis, mais ou menos do tamanho de um grão de trigo, sobre uma<br />
ardósia e segurou esta por um canto, com uma mão, encostandoa no tampo por<br />
baixo da mesa. Ou. viase a escrita na lousa e, examinada, verificouse que uma<br />
curta mensagem fora escrita. Enquanto isso acontecia, as quatro mãos dos<br />
assistentes e a mão livre de Slade eram agarradas no centro da mesa. A cadeira de<br />
Mr. Blackburn foi arrastada umas quatro ou cinco polegadas, estando ele sentado, e<br />
ninguém senão ele a tocava. A cadeira vazia no quarto lado da mesa uma vez pulou<br />
no ar, batendo o assento na borda inferior da mesa. Duas vezes uma mão com a<br />
aparência de vida passou em frente a Mr. Blackburn, enquanto ambas as mãos de<br />
Slade eram observadas. O médium segurou um acordeon debaixo da mesa e,<br />
enquanto se via claramente a outra mão sobre a mesa, foi tocada a “Home, Sweet<br />
Home”. Então Mr. Blaekburn segurou o acordeom da mesma maneira, quando o<br />
instrumento foi empurrado violentamente e tocada uma nota.<br />
Enquanto isto ocorria, as mãos de Slade estavam sobre a mesa. Finalmente<br />
os três presentes levantaram as mãos cerca de trinta centímetros acima da mesa e<br />
esta ergueuse até tocar as suas mãos. Em outra sessão no mesmo dia uma cadeira<br />
68 The Spiritualist, Volume 9º, página 2.