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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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123 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

sombra no peitoril da janela, mas que se achavam de costas para a janela e apenas<br />

viam a sombra da coisa na parede. Entretanto, quando a gente considera a segurança<br />

das três testemunhas de vista que depuseram sobre o caso, tem o direito de perguntar<br />

se, quer no passado, quer no presente, qualquer fato extraordinário já foi mais<br />

claramente provado.<br />

Tantos são os outros casos de levitação de Home que facilmente seria<br />

escrito um longo artigo sobre este particular aspecto de sua mediunidade. O<br />

Professor Crookes foi outras tantas vezes testemunha do fenômeno e se refere a<br />

cinquenta exemplos que haviam chegado ao seu conhecimento. Haverá porém<br />

alguém de cérebro equilibrado que, tendo lido o incidente aqui referido, não diga,<br />

com o Professor Challis: “Ou os fatos devem ser admitidos tais quais são relatados,<br />

ou devemos dizer adeus à possibilidade de nos certificarmos de fatos através do<br />

testemunho humano”<br />

“Voltamos, então, à era dos milagres?”, perguntará o leitor. Não há<br />

milagres. Nada neste plano é sobrenatural. Aquilo que vemos agora e o que lemos de<br />

tempos passados é apenas a operação da lei que ainda não foi bem estudada e<br />

definida. Já imaginamos algo de suas possibilidades e de suas limitações, que são<br />

tão exatas na sua maneira quanto as de qualquer força puramente física. Devemos<br />

fazer um balanço entre os que em nada acreditam e os que acreditam demais.<br />

Gradativamente a bruma se vai clarificando e poderemos definir os contornos da<br />

costa sombria. Quando pela primeira vez uma agulha foi movida pelo magneto, não<br />

houve infração às leis da gravidade. É que houve a intervenção local de outra força<br />

mais poderosa. Esse é também o caso quando as forças psíquicas atuam no plano da<br />

matéria. Se a fé que Home tinha em sua força tivesse faltado, ou se o seu círculo<br />

tivesse sido perturbado indevidamente, ele teria falhado. Quando Pedro perdeu a fé<br />

afundou­se nas ondas. Através dos séculos a mesma causa ainda produziu o mesmo<br />

efeito.<br />

A força espiritual ainda está conosco se não lhe voltamos a face e nada foi<br />

concedido à Judéia que fosse negado à Inglaterra.<br />

A esse respeito é como uma confirmação do poder do invisível e como uma<br />

resposta final ao materialismo, tal qual o entendemos, que a carreira pública de<br />

Home é de suprema importância. Ele foi uma testemunha a afirmar a verdade<br />

daqueles chamados “milagres” que foram o pesadelo para tantas mentes espertas e<br />

agora se destinam a ser a prova sólida e forte da exatidão das narrativas primitivas.<br />

Milhões de almas em dúvida, na agonia dos conflitos espirituais reclamavam provas<br />

definitivas de que nem tudo era um vazio em redor de nós, de que havia forças fora<br />

do nosso alcance, de que o ego não era uma mera secreção do tecido nervoso e de<br />

que os mortos realmente levavam sua indestrutível existência pessoal.<br />

Tudo isso foi provado pelo maior desses grandes missionários modernos, a<br />

qualquer um capaz de observar ou de raciocinar. É possível achar graça em mesas<br />

dançantes e em muros que tremem, mas estes foram os mais próximos e os mais<br />

naturais objetos que podiam, em termos materiais, registrar aquela força que estava<br />

acima do alcance humano.<br />

Um cérebro que fosse imobilizado por uma sentença inspirada seria levado<br />

à humildade e a novos caminhos de pesquisa em presença até do mais caseiro desses<br />

inexplicáveis fenômenos. É fácil chamá­los de pueris, mas realizaram o objetivo

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