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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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87 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

um ou outro vilão, mas que, em geral causam maiores decepções, conscientes ou<br />

inconscientes ao público do que os males que pretendem evitar. Assim:<br />

“Quando as coisas se encontravam neste pé, apareceram nos jornais várias<br />

explicações de ‘fraudes e charlatanices’, como costumavam dizer. Li­as com<br />

cuidado, na esperança de que me ajudassem em minhas pesquisas e apenas pude<br />

sorrir ante a ousa­dia e a futilidade de tais explicações. Por exemplo, quando certos<br />

professores ilustres de Buffalo se congratulavam por haverem localizado no artelho<br />

e no joelho do médium a causa das manifestações, estas se transformaram num<br />

toque de campainha colocada debaixo da mesa. Era como a solução dada<br />

posteriormente por um ilustre professor na Inglaterra, que atribui as batidas na mesa<br />

a uma força especial das mãos colocadas sobre ela, pondo de lado o fato de que<br />

muito frequentemente as mesas se movem quando não há mãos sobre elas”.<br />

Depois de focalizar a objetividade do fenômeno, o Juiz aborda a questão<br />

mais importante da sua fonte. Comenta o fato de ter tido respostas a perguntas<br />

mentais e verifica que mesmo os seus mais secretos pensamentos foram revelados e<br />

que ideias que ele propositadamente havia mantido em segredo tinham sido<br />

manifestadas. Também observa que os médiuns tinham usado grego, latim, espanhol<br />

e francês, mesmo ignorando essas línguas. Isto o leva a considerar se as coisas não<br />

podem ser explicadas como um reflexo da mente de alguma outra criatura viva.<br />

Essas considerações foram exaustivamente examinadas por todos os pesquisadores,<br />

pois os Espíritas não aceitam a doutrina de um fato, mas passo a passo, examinando<br />

cuidadosamente cada etapa. A tarefa empreendida pelo Juiz Edmonds é a mesma<br />

empreendida por outros. Ele dá a seguinte explicação para a recusa da influência de<br />

outras mentes:<br />

“Fatos então completamente desconhecidos, foram verificados<br />

posteriormente. Como este, por exemplo: Quando, durante o último inverno eu me<br />

achava ausente, na América Central, os meus amigos da cidade tiveram noticia de<br />

minhas excursões e da minha saúde, sete vezes através de um médium; quando<br />

voltei, comparando essas informações com os registros em meu diário, foi<br />

verificado que tudo estava invariàvelmente correto. Assim, também, em minha<br />

recente visita ao Oeste o meu giro e as minhas condições de saúde foram ditos a um<br />

médium dessa cidade, enquanto eu viajava por estrada de ferro entre Cleveland e<br />

Toledo. Assim muitas ideias me foram comunicadas sobre coisas que não estavam<br />

em minha mente e que eram absolutamente distintas de minha opinião. Isto me<br />

aconteceu muitas vezes, bem como a outras pessoas, de modo a confirmar<br />

seguramente o fato de que não eram as nossas mentes que davam origem á<br />

comunicação ou a influenciavam”.<br />

Trata, então, desse maravilhoso desenvolvimento, chamando a atenção para<br />

o seu tremendo significado religioso, em linhas gerais, assunto que é focalizado no<br />

capítulo seguinte desta obra. O cérebro do Juiz Edmonds era realmente notável, e<br />

seu julgamento claro, pois muito pouco nos é possível acrescentar ao que verificou<br />

ele, e talvez ninguém tenha dito tanto em tão pouco espaço. Como frizamos, o<br />

Espiritismo mostrou­se consistente desde o início e os mestres e os guias não<br />

confundiram as suas mensagens. É estranho e até divertido que a ciência arrogante,<br />

que tentou, com simples palavras e deslumbramento, esmagar esse conhecimento<br />

inicial em 1850, tivesse demonstrado estar essencialmente errado em seu próprio<br />

terreno. São raros os axiomas científicos daquela época que não tenham sido

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