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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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72 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

desmascaramento e as ilusões populares, mesmo que absurdas, são por vezes<br />

bastante importantes para não serem desprezadas pela parte mais sábia da<br />

humanidade... Há realmente algo, como diziam os advogados, que mereça um<br />

julgamento? Bem; por um lado temos abundância de supostas experiências, que<br />

dificilmente poderiam ser chamadas provas e uns poucos testemunhos de um caráter<br />

mais notável e impressionante. Por outro lado, temos muitas histórias de impostores<br />

confessos e muitos relatos autênticos desses desmascaramentos e descobertas, como<br />

era de esperar.”<br />

A 14 de dezembro de 1872 Miss Fox casou­se com Mr. H. D. Jencken, um<br />

advogado londrino, autor de um “Compêndio de Direito Romano Moderno”, etc., e<br />

secretário geral honorário da Associação para a Reforma e Codificação do Direito<br />

Internacional. Foi ele um dos primeiros espíritas da Inglaterra. Relatando a<br />

cerimônia, diz The Spiritualist que a população dos espíritos participou da<br />

cerimônia, pois no almoço de gala, fortes batidas foram ouvidas em várias paredes<br />

da sala e a mesa, sobre a qual se achava o bolo nupcial, foi repetidamente levantada<br />

do solo.<br />

Uma testemunha de vista informa que Mrs. Kate Fox­Jencken, como<br />

passou ela a ser conhecida, e seu marido na era dos setenta encontravam­se em bons<br />

meios sociais de Londres. Seus trabalhos eram muitíssimo procurados pelos<br />

investigadores.<br />

John Page Hopáginass a descreve então como “uma criatura pequena,<br />

franzina, muito inteligente, mas de um sorriso tolo; maneiras finas e delicadas e um<br />

suave prazer nas suas experiências, que afastavam o mais leve traço de<br />

convencimento ou de afetação de mistério”.<br />

Sua mediunidade consistia principalmente de batidas — por vezes muito<br />

fortes — de luzes espirituais, de escrita direta e da aparência de mãos materializadas.<br />

As materializações completas, que ocasionalmente se verificaram em suas sessões<br />

na América, foram raras na Inglaterra. Algumas vezes objetos na sala das sessões<br />

foram deslocados pelos Espíritos e nalguns casos trazidos de fora, de uma outra sala.<br />

Foi mais ou menos por esse tempo que o Professor Williani Crookes fez um<br />

inquérito sobre os poderes da médium e publicou uma sincera declaração que<br />

veremos adiante, quando tratarmos dos primeiros contactos de Crookes com o<br />

Espiritismo. Essas cuidadosas observações mostram que as batidas constituíam uma<br />

pequena parte da força psíquica de Kate Fox e que se podiam ser adequadamente<br />

explicadas por meios normais, ainda nos deixavam envoltos no mistério. Assim<br />

relata Crookes, quando as únicas pessoas presentes eram ele, sua senhora, uma<br />

parenta e Miss Fox:<br />

“Eu segurava ambas as mãos da médium numa das minhas, enquanto seus<br />

pés estavam sobre os meus. Havia papel sobre a mesa em nossa frente e eu tinha um<br />

lápis na mão livre.<br />

“Uma luminosa mão desceu do alto da sala e, depois de oscilar perto de<br />

mim durante alguns segundos, tomou o lápis de minha mão e escreveu rapidamente<br />

numa folha de papel, largou o lápis e ergueu­se sobre as nossas cabeças,<br />

dissolvendo­se gradativamente na escuridão.”<br />

Muitos outros observadores descrevem fenômenos similares com o mesmo<br />

médium em várias ocasiões.

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