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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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112 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Subcomissão de Antropologia, que só o aceitou pelo voto de minerva do Secretário,<br />

Doutor Alfred Russel Wallace. O Coronel Lane Fox ajudou a vencer a oposição,<br />

perguntando por que, se no ano anterior havia sido discutida a magia antiga, este ano<br />

não se podia discutir a magia moderna. A primeira parte do trabalho do Professor<br />

Barrett tratava de mesmerismo, mas na segunda parte eram descritas as suas<br />

experiências com os fenômenos espíritas. E insistia para que novo exame científico<br />

fosse feito sobre a matéria. Deu um detalhe convincente de uma experiência sobre<br />

batidas, feita com uma criança. 35<br />

Na discussão que se seguiu, Sir William Crookes falou das levitações que<br />

ele havia testemunhado com D. D. Home; disse da levitação: “A prova em seu favor<br />

é mais forte do que a prova em favor de quase todos os fenômenos que a Associação<br />

Britânica pôde investigar”. Fez ainda as seguintes observações relativas ao seu<br />

próprio método de pesquisa psíquica: “Pediram­me para investigar logo que<br />

apareceu o Doutor Slade e eu expus as minhas condições. Jamais fiz investigações<br />

senão nessas condições. Deveriam ser feitas em minha casa; eu mesmo deveria<br />

escolher os amigos e os assistentes; seriam realizadas dentro de minhas próprias<br />

condições e eu faria o que quisesse em relação aos aparelhos. Sempre que foi<br />

possível, procurei fazer que os testes fossem realizados pelos próprios aparelhos de<br />

física e nunca acreditei mais do que era possível em meus próprios sentidos. Mas<br />

quando é necessário crer em meus sentidos, sou obrigado a discordar de Mr.<br />

Barrett quando diz que um investigador físico não auxilia um médium profissional.<br />

Sustento que um investigador físico é mais que um auxiliar.”<br />

Uma importante contribuição para a discussão foi a de Lord Rayleigh, o<br />

distinto matemático, que disse: “Penso que somos muito obrigados ao Professor<br />

Barrett, por sua coragem, pois é necessária alguma coragem para avançar neste<br />

terreno e trazer­nos os benefícios de sua cuidadosa experiência. Meu próprio<br />

interesse pelo assunto data de dois anos. Fui atraído inicialmente para ele pela<br />

leitura das investigações de Mr. Crookes. Conquanto as minhas oportunidades não<br />

tenham sido tão felizes como as do Professor Barrett, tenho visto o bastante para<br />

me convencer de que estão errados os que quiserem obstar as investigações<br />

atirando o ridículo sobre os que se sentem inclinados a fazê­las.”<br />

O orador seguinte foi Mr. Groom Napier, acolhido com gargalhadas,<br />

quando descreveu as constatações psicométricas feitas de algumas pessoas apenas<br />

por sua caligrafia encerrada em envelopes lacrados; e quando começou a descrever<br />

as luzes de Espíritos, que de próprio tinha visto, o barulho foi tal que se viu obrigado<br />

a sentar­se. Respondendo à crítica, disse o Professor Barrett: “Isto mostra o enorme<br />

avanço que o assunto fez nestes poucos anos: que uma comunicação sobre<br />

fenômenos espíritas, que há poucos anos causaria riso, agora é admitida na<br />

Associação Britânica e merece uma larga discussão, como a de hoje.”<br />

O Spectator, de Londres, num artigo intitulado “A Associação Britânica e a<br />

Comunicação do Professor Barrett” começa com este ponto de vista de uma mente<br />

larga:<br />

“Agora que temos à nossa frente uma descrição completa da comunicação<br />

do Professor Barrett, e da discussão da mesma, seja­nos permitido exprimir a nossa<br />

esperança de que a Associação Britânica realmente exerça alguma influência sobre<br />

35<br />

The Spiritualist, Setembro 22, 1876 (Volume 9º, página 87­88).

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