A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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117 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
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A Carreira de D. D. Home<br />
Daniel Dunglas Home nasceu em 1833 em Currie, uma aldeia perto de<br />
Edimburgo. Havia um mistério relativamente à sua ascendência: tanto se<br />
afirmava, quanto se negava que fosse, de certo modo, da família do Conde<br />
de Home. Na verdade foi um homem que herdou um tipo elegante, maneiras<br />
delicadas, disposição sensível e um gosto para o luxo, fosse de que fonte fosse. Mas<br />
pela sua força psíquica e pelo entusiasmo que esta comunicou ao seu caráter<br />
complexo, ele podia ser realmente tomado como o tipo exato de um caçula<br />
aristocrata, que herda as tendências, mas não a riqueza dos pais.<br />
Home saiu da Escócia para a Nova Inglaterra aos nove anos de idade, com<br />
uma tia que o havia adotado, outro mistério que lhe cercava a existência. Aos treze<br />
anos de idade começou a mostrar as faculdades psíquicas herdadas de sua mãe,<br />
descendente de velha família de Highland e que possuía a faculdade de previsão<br />
característica de sua raça. Sua tendência mística revelouse numa conversa com um<br />
colega, chamado Edwin, a cerca de uma história, na qual fora feito um pacto em<br />
consequência do qual a criatura amada mostrarseia à outra depois da morte. Do<br />
mesmo modo os dois rapazes fizeram o pacto de se mostrar um ao outro, Home<br />
mudouse para outro distrito, a algumas milhas de distância e, um mês mais tarde,<br />
certa noite, assim que foi para a cama, teve a visão de Edwin e anunciou à sua tia a<br />
morte do rapaz, do que tiveram informação um ou dois dias depois.<br />
Uma segunda visão, em 1850, referiase à morte de sua mãe, que tinha ido<br />
com o marido viver na América. Nessa ocasião o rapaz se achava acamado e sua<br />
mãe se achava fora, em visita a amigos distantes. Uma noite ele gritou por socorro e<br />
quando a tia chegou encontrouo muito abatido. Disse que a mãe havia morrido<br />
naquele dia às doze horas; que ela lhe havia aparecido e dado aviso. Em breve<br />
batidas fortes começaram a perturbar aquele lar quieto e os móveis a serem<br />
arrastados por forças invisíveis. Sua tia, criatura de estreita visão religiosa, disse que<br />
o rapaz havia trazido o Diabo para casa e jogouo na rua.<br />
Ele refugiouse com os amigos e nos anos seguintes passava na casa de um<br />
para a de outro, de cidade em cidade. Sua mediunidade se havia desenvolvido<br />
poderosamente e nas casas em que se hospedava realizava frequentes sessões, às<br />
vezes seis ou sete por dia, pois as limitações da força e as reações entre o físico e o<br />
psíquico eram então mal compreendidas. Isto lhe produzia grande perda de forças, e<br />
frequentemente o levava para a cama.<br />
Multidões acorriam de todos os lados para presenciar as maravilhas que se<br />
produziam na presença de Home. Entre os que então investigaram com ele estava o<br />
poeta americano Bryant, que era acompanhado pelo Professor Wells, da<br />
Universidade de Harvard. Em Nova Iorque encontrou muitos americanos distintos,<br />
dos quais três fizeram sessões com ele: o Professor Hare, o Professor Mapes e o Juiz