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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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124 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

para que foram destinados, sacudindo em seus fundamentos a complacência<br />

daqueles materialistas homens de ciência que eram postos em contacto com eles.<br />

Eles não devem ser achados como um fim em si, mas como um meio elementar pelo<br />

qual a mente deveria ser conduzida a novos canais do pensamento. E esses canais do<br />

pensamento levaram ao reconhecimento da sobrevivência do Espírito.<br />

“Trouxestes incalculável alegria e consolo ao coração de muita gente”,<br />

disse o Bispo Clark, de Rhode Island. “Iluminastes lugares habitados que antes<br />

eram trevas”. “Mademoiselle”, disse Home à moça que ia ser sua esposa, “há uma<br />

missão a mim confiada. Ela é grande e santa”. O famoso Doutor Elliotson,<br />

imortalizado por Thackeray sob o nome de Doutor Goodenough, era um dos chefes<br />

do materialismo britânico. Encontrou Home, viu os seus poderes e teve a coragem<br />

de dizer imediatamente que tinha vivido toda a sua vida em trevas e pensava que<br />

nada havia na vida que não fosse material; mas que agora tinha a firme esperança<br />

que, assim pensava, haveria de alimentar enquanto vivesse.<br />

Poderiam citar­se inúmeros exemplos do valor espiritual do trabalho de<br />

Home; mas ele jamais foi melhor sintetizado do que num período escrito por Mrs.<br />

Webster, de Florença, que viu muito da sua atuação. “Ele é o mais maravilhoso<br />

missionário dos tempos modernos e da maior de todas as causas, e o bem que ele<br />

tem feito não pode ser avaliado. Quando Mr. Home passa, derrama em seu redor a<br />

maior de todas as bênçãos —a certeza da vida futura”.<br />

Agora que é possível conhecer detalhes de sua vida, pode dizer­se que é<br />

para o mundo inteiro que se dirige a mais vital de todas as mensagens. Sua atitude,<br />

em relação à sua própria missão, foi expressa numa conferência feita em Londres, na<br />

Sala Willis, a 15 de fevereiro de 1866. Disse ele: “Sinceramente penso que essa<br />

força aumentará cada vez mais para nos aproximar de Deus. Perguntareis se ela<br />

nos torna mais puros. Minha única resposta é que somos mortais apenas e, como<br />

tal, sujeitos ao erro. Mas ela ensina que aqueles de coração puro verão a Deus. Ela<br />

nos ensina que Deus é amor e que não há morte. Aos velhos ela vem como uma<br />

consolação, quando se aproximam as tempestades da vida e quando vem o<br />

descanso. Aos moços ela fala do dever que temos uns para com os outros e diz que<br />

colheremos o que houvermos semeado. A todos ensina resignação. Vem desfazer as<br />

nuvens do erro e trazer a manhã radiosa de um dia interminável”.<br />

É curioso notar como a sua mensagem afetou os de sua geração. Lendo o<br />

relato de sua vida, escrita por sua esposa — um documento muito convincente, de<br />

vez que foi ela, de todas as criaturas, a que mais deveria ter conhecido o homem real<br />

— ressalta que o mais cordial apoio e o maior apreço lhe veio dos aristocratas da<br />

França e da Rússia, com os quais tinha tomado contacto. O caloroso brilho de<br />

admiração pessoal e até a reverência em suas cartas é tal, que dificilmente pode ser<br />

igualada em qualquer outra biografia. Na Inglaterra tinha ele um círculo íntimo de<br />

ardentes defensores, alguns das altas camadas sociais, como os Halts, os Howitts,<br />

Robert Chambers, Mrs. Milner Gibson, o Professor Crookes e outros. Mas havia<br />

uma lamentável falta de coragem entre estes, que admitiam os fatos na intimidade e<br />

se mantinham alheios em público. Lord Brougham e Bulwer Lytton eram do tipo de<br />

Nicodemos, principalmente o novelista. De um modo geral a “inteligência” saiu­se<br />

muito mal neste assunto e muitos nomes festejados sofreram com a história. Tyndall<br />

e Faraday foram fantasticamente anticientíficos nos seus métodos de prejulgar a

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