A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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291 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
médium. Quando a gente recorda que Toledo era, então, uma cidade limitada, e que<br />
às vezes umas vinte personalidadesdiferentes se manifestavam na mesma sessão,<br />
podese imaginar que a personificação apresenta insuperáveis dificuldades. Por<br />
ocasião de uma sessão em que se achava o autor, ocorreu um longo desfile de<br />
figuras, cada uma por sua vez, vindo da pequena cabine. Eram velhos e moços,<br />
homens, mulheres e crianças. A luz de uma lâmpada vermelha era bastante para que<br />
se vissem as figuras claramente, mas não para distinguir os detalhes das feições.<br />
Algumas das figuras ficaram fora nada menos que vinte minutos e<br />
conversaram livremente com o grupo, respondendo às perguntas que lhes eram<br />
feitas. Nenhum homem dará a outro um cheque em branco pela honestidade, nem<br />
declarará que ele é honesto e o será sempre. O autor apenas dirá que naquela ocasião<br />
particular estava perfeitamente convencido da genuína natureza dos fenômenos, e<br />
que não tem razões para duvidar disso em qualquer outra ocasião.<br />
Jonson é um homem de compleição forte e, posto esteja agora velho, seus<br />
poderes psíquicos ainda não são igualados. É o centro de um grupo em Pasadena,<br />
perto de Los Angeles, que se reúne semanalmente, para aproveitar de seus notáveis<br />
poderes. O finado Professor Larkin, astrônomo, era freqüentador do grupo e garantiu<br />
ao autor que acreditava completamente na sua honestidade como médium.<br />
As materializações podem ter sido mais comuns no passado do que no<br />
presente. Os que leram livros como o de Brackett, “Materialised Apáginasaritions”<br />
ou o “There is No Death”, de Miss Marriat, que o digam. Mas nestes dias as<br />
materializações completas são muito raras.<br />
O autor estava presente a uma suposta materialização por um tal<br />
Thompson, em Nova Iorque, mas as coisas. não geraram convicção. Pouco depois o<br />
homem foi preso por trapaças, em circunstâncias que não deixam dúvida quanto à<br />
sua culpabilidade.<br />
Há médiuns que, sem se especializarem de nenhuma forma, podem mostrar<br />
uma grande variedade de manifestações supernaturais. De todos que o autor<br />
encontrou daria precedência pela variedade e pela consistência a Miss Ada Besinnet,<br />
de Toledo, nos Estados Unidos, e a Eva Powell, outrora chamada Merthyr Tydvil,<br />
em Gales. Ambas são admiráveis médiuns, e pessoalmente dignas dos maravilhosos<br />
dons com que foram dotadas. No caso de Miss Besinnet as manifestações incluem a<br />
voz direta, por vezes duas ou três ao mesmo tempo. Um guia masculino, chamado<br />
Dan, tem uma notável voz de barítono e quem quer que o tenha ouvido não duvidará<br />
de que seja independente do organismo daquela senhora. Ocasionalmente se junta<br />
uma voz feminina, para fazer com Dan um dueto afinadíssimo. Notável assovio, no<br />
qual parece que não há pausa para respirar, é outra feição de sua mediunidade.<br />
Assim também a produção de luzes muito brilhantes. Estas parecem pequenos<br />
sólidos luminosos, pois. o autor, em certa ocasião, fez a curiosa experiência de ter<br />
um em seus bigodes. Tivesse aí pousado um grande vagalume e o efeito teria sido o<br />
mesmo. As Vozes Diretas de Miss Besinnet, ao tomarem a forma de mensagens,<br />
separadas do trabalho dos guias, não são fortes e, muitas vezes, são difíceis de ouvir.<br />
O mais notável de todos os seus poderes, entretanto, é o aparecimento de rostos de<br />
fantasmas, que surgem numa faixa iluminada, em frente ao assistente. Pareceriam<br />
antes máscaras, de vez que não apresentam relêvo. Em muitos casos apresentam<br />
faces finas, que ocasionalmente se assemelham à do médium, quando a saúde da