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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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17 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

reconhecendo o direito ao exercício da mediunidade, com o que os sensitivos<br />

ficavam subtraídos as perseguições religiosas, exercitadas nos termos de duas leis<br />

obsoletas, mas não prescritas: o Vagrancy Act e o Witchcraft Act, através das quais<br />

mais de 50.000 médiuns já haviam sido multados ou condenados à pena de prisão.<br />

Continuando a sua campanha, isto é, procurando levar por diante as conseqüências<br />

da nova lei, foi obtido pelos espíritas que o Estado Maior das Forças Armadas da<br />

Inglaterra determinasse que em todos os corpos de tropa onde houvesse instalações<br />

para o serviço religioso, também as houvesse para oficiais e soldados espíritas.<br />

*<br />

A obra que tivemos a honra de traduzir é de autoria de um membro da<br />

Sociedade de Pesquisas Psíquicas da Inglaterra, geralmente conhecido do nosso<br />

público por suas novelas policiais. Como até hoje não se escreveu, no gênero e em<br />

qualquer língua, um trabalho semelhante, julgamo­nos no dever de escrever uma<br />

ligeira biografia de Sir Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong>, para que o leitor brasileiro possa<br />

aquilatar do valor e das cogitações de um dos mais nobres caracteres da passada<br />

geração de escritores e de homens de ciência.<br />

A obra não poderia ser minuciosa e completa. Passa, porém, em revista os<br />

maiores médiuns da Europa e dos Estados Unidos, desde o século passado até o<br />

começo deste século. É, assim, um roteiro magnífico.<br />

A fenomenologia espírita aí aparece bem dividida, por capítulos; os maiores<br />

médiuns são apresentados divididos em grupos, conforme as suas peculiaridades. É<br />

feita uma crítica muito equilibrada a médiuns e pesquisadores. O leitor atento verá<br />

que o autor não sai de uma linha de centro, de um perfil de equilíbrio, de modo que<br />

não será nunca confundido com um crente fanático, de vez que é, em todas as<br />

circunstâncias, o observador percuciente, o filósofo sereno e o cientista que está<br />

convencido da lei do progresso, do sentido amplíssimo da evolução geral da Vida.<br />

Ele não teme aquelas coisas que se apresentam na zona de penumbra do<br />

pesquisador, porque usa aquilo que sabe, a fim de avaliar aquilo que lhe falta saber.<br />

Sir Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong> não nos apresenta uma história puramente<br />

descritiva do Espiritismo, mas, na verdade, uma história filosófica do Espiritismo.<br />

A sua obra — única no gênero — preenche uma lacuna na estante dos<br />

espíritas estudiosos; mostra­lhes um mundo de coisas importantes — direi mesmo,<br />

indispensáveis — que ignoravam. E, nessa fase do nosso desenvolvimento<br />

intelectual, é de súbito valor para os estudantes das nossas Faculdades de Filosofia.<br />

Achamo­la, sobretudo, inestimável para os dirigentes de sociedades<br />

espíritas. Mais esclarecidos por ela, certamente darão novo rumo aos trabalhos ditos<br />

de efeitos físicos, já selecionando os médiuns, já excluindo essa prejudicial<br />

assistência de curiosos, já — e nisto reside a sua melhor lição — colocando a<br />

pesquisa psíquica num plano isento de fanatismo religioso, de intolerância pseudocientífica,<br />

sem o que tão cedo esses fenômenos não entrarão nos ambientes<br />

universitários, onde nem o professor Richet serve de exemplo, porque a atitude<br />

acadêmica continua sendo a do avestruz: enterrar a cabeça na areia e negar a<br />

tempestade.<br />

Este é um livro que nos faz pensar.

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