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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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305 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

“Apressei­me em voltar para a minha companhia e cheguei a tempo de<br />

dar uma mão, fazendo o inimigo recuar para as suas linhas. Ele jamais ganhou um<br />

palmo de nossas trincheiras. O assalto foi duro e curto e nós estávamos à espera de<br />

um outro assalto.<br />

“Não tivemos que esperar muito, pois logo vimos alemães vindos pela<br />

Terra de Ninguém em ondas maciças. Antes, porém, que atingissem as nossas rêdes<br />

de arame farpado, uma figura branca, espiritual, de um soldado ergueu­se de uma<br />

cratera ou do chão, mais ou menos a cem jardas à nossa esquerda, bem em frente<br />

os nossos fios e entre a primeira linha de alemães e nós. A figura espectral<br />

caminhou então lentamente em frente às nossas linhas, cerca de mil jardas. Sua<br />

silhueta sugeria à minha mente a de um velho oficial de antes da guerra, pois<br />

parecia usar capote da campanha, com capacete de serviço de campo. Primeiro<br />

olhou para os alemães que se aproximavam, depois virou a cabeça e começou a<br />

andar do lado de fora de nossas rêdes, ao longo do setor que guarnecíamos.<br />

“Nosso sinal de S.O.S. tinha sido respondido por nossa artilharia e as<br />

balas assobiavam através da Terra de Ninguém... mas nenhuma impedia que o<br />

espectro progredisse. Rapidamente marchou da nossa esquerda até a extrema<br />

direita do setor e então virou­se bem de frente para nós. Parecia olhar para cima e<br />

para baixo de nossas trincheiras e quando cada “very light” subia, ele ficava ainda<br />

mais destacado.<br />

“Depois de um rápido exame sobre nós, voltou­se bruscamente para a<br />

direita, e avançou em normal para as trincheiras alemãs. Os alemães retrocederam<br />

para não mais aparecer naquela noite.<br />

“Parece que o primeiro pensamento dos homens foram os Anjos de Mons;<br />

depois alguns disseram que parecia Lorcl Kitchner e outros disseram que quando<br />

se voltara para nós o rosto parecia o de Lord Roberts. Sei que pessoalmente me<br />

causou um grande abalo e que durante algum tempo foi o assunto da companhia.<br />

“Seu aparecimento pôde ser testemunhado por sargentos e homens de<br />

minha companhia.”<br />

No mesmo artigo do Pearson’s Magazine é contada a história de Mr.<br />

William M. Speight, que tinha perdido um irmão oficial e seu melhor amigo no<br />

ângulo saliente de Ypres, em dezembro de 1915. Viu o oficial ir ao seu refúgio na<br />

mesma noite. Na manhã seguinte Mr. Speight convidou outro oficial a vir ao refúgio<br />

a fim de confirmar, se a visão reaparecesse. O oficial morto voltou mais uma vez e,<br />

depois de apontar um lugar no chão do refúgio, desapareceu. Foi feito um buraco no<br />

lugar apontado e à profundidade de três pés foi encontrado um pequeno túnel cavado<br />

pelos alemães, com tubos de inflamáveis e bombas de tempo, que deveriam explodir<br />

treze horas mais tarde. A descoberta das minas poupou muitas vidas.<br />

Mrs. E. A. Cannock, conhecida clarividente londrina, descreve 216 numa<br />

reunião espírita como muitos soldados mortos adotaram um método novo e<br />

convincente para se identificarem. Os soldados, na visão da clarividente, avançaram<br />

em fila indiana pela nave de uma igreja comandados por um tenente. Cada homem<br />

tinha uma espécie de placa no peito, na qual estavam escritos o nome e o lugar onde<br />

tinham vivido na Terra. Mrs. Cannock foi capaz de ler os nomes e a descrição, e<br />

todos foram identificados por vários membros da assistência. Circunstância curiosa<br />

era que, quando um era reconhecido, desaparecia para dar lugar ao seguinte na fila.<br />

216 “Light”, 1919, página 215.

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