A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
288 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
vós estão cavando e martelando do vosso lado para nos dar entrada. Vós não<br />
construístes o muro — estais ajudando a nossa penetração. Em pouco tempo têloeis<br />
tão enfraquecido que ele se esboroará e, em vez de penetrálo com dificuldade,<br />
emergiremos como um grupo glorioso. Este será o clímax o encontro do Espírito<br />
com a Matéria.”<br />
Se a verdade do Espiritismo dependesse apenas da força de Mrs. Leonard, o<br />
caso seria esmagado, pois ela atendeu centenas de visitas e raramente deixou de lhes<br />
dar completa satisfação. Há, entretanto, muitos clarividentes cujos poderes são um<br />
pouco inferiores aos de Mrs. Leonard, e que talvez fossem iguais a ela, se<br />
mostrassem a mesma reserva em seu uso.<br />
Não há dinheiro que leve Mrs. Leonard a receber mais que dois clientes por<br />
dia, e é talvez por isto que ela mantém a excelência dos resultados.<br />
Entre os clarividentes londrinos que o autor usou, Mr. Vout Peters ocupa<br />
lugar de destaque. Uma vez uma grande prova foi dada por seu intermédio, e que foi<br />
relatada em “New Revelation”, página 53. Outro excelente em seus dias foi Mrs.<br />
Annie Brittain. O autor costumava mandar a essa médium pessoas que tinham<br />
perdido parentes durante a guerra e colecionou as cartas nas quais eles narravam a<br />
sua experiência. O resultado é notável. Nos primeiros cem casos, oitenta eram de<br />
sucesso no estabelecimento de um contacto com o objeto de seus desejos. Nalguns<br />
casos o resultado era superiormente evidente e dificilmente será superestimado o<br />
conforto oferecido aos consulentes. A transformação do sentimento, quando o que<br />
aqui fica tem a prova de que a morte não é silenciosa, mas que resta ainda uma voz,<br />
falando com uma entonação feliz, pode reanimar uma criatura. Uma senhora<br />
escreveu que estava absolutamente determinada a pôr um ponto na vida, tão<br />
chocante e vazia era a sua existência; mas deixou a sala de Mrs. Brittain com a<br />
esperança no coração.<br />
Quando a gente tem notícia de que uma tal médium foi arrastada a uma<br />
delegacia de polícia, interrogada por um policial ignorante e condenada por um<br />
magistrado ainda mais ignorante, sente que está vivendo um daqueles escuros<br />
períodos da História.<br />
Como Mrs. Leonard, Mrs. Brittain tem o delicado apelido familiar de Belle.<br />
Em suas extensas pesquisas o autor fez muitas relações com essas pequenas criaturas<br />
em diversas partes do mundo, encontrando o mesmo caráter, a mesma voz e as<br />
mesmas maneiras agradáveis em todas. Essa semelhança parece mostrar, quando se<br />
medita sobre o caso, que existe a ação de uma lei geral. Feda, Belle, Iris, Harmony e<br />
muitas outras, sussurram com fina voz e o mundo se torna melhor com a sua<br />
presença e a sua pregação.<br />
Miss Mc Creadie é outra notável vidente londrina, pertencente à velha<br />
escola e trazendo consigo uma atmosfera de religião que por vezes nos falta. Há<br />
muitos outros, mas nenhuma notícia seria completa se se não aludisse aos notáveis e<br />
elevados ensinos que vêm de Johannes e de outros guias de Mrs. Hester Dowden,<br />
filha do famoso shakespeariano.<br />
Também deve ser feita uma referência ao Capitão Bartlett, cujos<br />
maravilhosos escritos e desenhos permitiram a Mr. Bligh Bond descobrir as ruínas<br />
de duas capelas em Glastonbury que se achavam tão enterradas que só o sentido da