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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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198 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Iorque, o Doutor Hereward Carrington levou a uma sessão de Eusapia Mr. Howard<br />

Thurston, que descreve como o mais notável mágico da América. Mr. Thurston que,<br />

com o seu assistente, controlava as mãos e os pés da médium em boa luz, descreve:<br />

“Fui testemunha pessoal das levitações da mesa da Senhora Paladino... e estou<br />

absolutamente convencido de que os fenômenos que vi não eram devidos à fraude e<br />

não foram executados nem por seus pés, nem por seus joelhos ou mãos.”<br />

Ele se prontificou a dar mil dólares a uma instituição de caridade se<br />

provassem que essa médium não era capaz de levitar uma mesa sem um dispositivo<br />

para truque ou fraude.<br />

Perguntar­se­á qual o resultado de tantos anos de investigação com essa<br />

médium. Certo número de cientistas, sustentando com Sir David Brewster que o<br />

Espírito seria a última hipótese que admitiriam, inventaram hipóteses engenhosas<br />

para explicar os fenômenos, de cuja autenticidade estavam convencidos. O Coronel<br />

de Rochas procurou explicá­los pelo que chamou “exteriorização da motricidade”. O<br />

Senhor Le Bocain falava de uma teoria dinâmica da matéria; outros pensavam numa<br />

“força endêmica” e numa “consciência coletiva” ou na ação da mente subconsciente;<br />

mas aqueles casos, bem autenticados, onde a operação de uma inteligência<br />

independente se mostrava claramente, tornou insustentáveis essas tentativas de<br />

explicação. Vários experimentadores foram forçados a aceitar a hipótese espírita<br />

como a única que explicava todos os fatos de maneira razoável. Diz o Doutor<br />

Venzano: “No maior número das formas materializadas por nós percebidas, quer<br />

pela vista, quer pelo tato, ou pela audição, foi­nos possível reconhecer pontos de<br />

semelhança com pessoas mortas, geralmente nossos parentes, desconhecidos da<br />

médium e apenas conhecidos dos presentes relacionados com os fenômenos.”<br />

O Doutor Hereward Carrington vacila. Considerando a opinião de Mrs.<br />

Sidgwick de que é inútil especular se os fenômenos são de caráter espírita ou se<br />

representam “alguma lei biológica desconhecida”, até que os fatos se hajam<br />

estabelecido por si mesmos, diz: “Devo dizer que, antes de eu mesmo realizar<br />

sessões, também concordava com o ponto de vista de Mr. Sidgwick”. E acrescenta:<br />

“Minhas próprias sessões me convenceram finalmente e de modo conclusivo de que<br />

os fenômenos verdadeiros devem ocorrer, e que, neste caso, a questão de sua<br />

interpretação se esclarece á minha frente... Penso que não só a hipótese espírita se<br />

justifica como uma teoria aceitável, mas que é, de fato, a única capaz de uma<br />

explicação racional dos fatos.” 94<br />

Como dissemos de início, a mediunidade de Eusapia Palladino era<br />

semelhante à de outros, mas tinha ela a vantagem de chamar a atenção de homens de<br />

influência, cujo relato público de seus fenômenos teve um prestígio de que não<br />

gozaram as descrições feitas por gente menos conhecida. Especialmente Lombroso<br />

registrou as suas convicções na conhecida obra “Morte — E depois?”, aparecida em<br />

1909. Eusapia foi o instrumento de demonstração de certos fatos não aceitos pela<br />

ortodoxia científica. Para o mundo é mais fácil negar esses fatos do que os explicar<br />

— o que constitui a norma geralmente seguida.<br />

Aqueles que procuram explicar toda a mediunidade de Eusapia por meio do<br />

hábito aparente de enganar, consciente ou inconscientemente, os assistentes, apenas<br />

94 “Eusapia Palladino and Her Phenomena”. By Hereward Carrington Ph. D. páginas 250 e 251.

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