A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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292 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
senhora ou a força do círculo decaem. Quando as condições são boas, são<br />
perfeitamente diferentes. Em duas ocasiões o autor viu faces nas quais poderia<br />
absolutamente jurar que uma era de sua mãe e outra de seu sobrinho, Oscar<br />
Hornung, jovem oficial morto na guerra. Por outro lado houve noites em que<br />
nenhum reconhecimento claro foi possível obter, embora entre os rostos alguns<br />
pudessem ser chamados de angélicos, tal a sua beleza e a sua pureza 201 .<br />
No nível de Miss Besinnet está Mr. Evan Powell, com a mesma variedade,<br />
mas nem sempre com o mesmo tipo de poderes. Os fenômenos luminosos de Powell<br />
são igualmente bons. Sua produção de voz é melhor. O autor ouviu vozes de<br />
Espíritos tão altas quanto as humanas comuns e se recorda de uma ocasião em que<br />
três falavam ao mesmo tempo — uma a Lady Cowan, outra a Sir James Marchant e<br />
uma terceira a Sir Robert McAlpine. Os movimentos de objetos são comuns nas<br />
sessões de Powell e numa ocasião uma estante de 60 libras foi suspensa durante<br />
algum tempo, sobre a cabeça do autor. Evan Powell sempre insiste para ser<br />
amarrado fortemente durante a sessão, o que é feito, conforme ele reclama, para a<br />
sua mesma proteção, de vez que ele não pode ser responsável por seus próprios<br />
movimentos, quando se acha em transe. Isto lança um interessante esclarecimento<br />
sobre a natureza de algumas mistificações. Há muita evidência, não só de que,<br />
inconscientemente, ou sob a influência da sugestão da assistência, pode o médium<br />
colocarse numa posição falsa, mas que forças do mal, sempre perturbadoras ou<br />
ativamente opostas ao bom trabalho feito pelos Espíritas, possam atuar sobre o<br />
corpo em transe e leválo a fazer uma coisa suspeita, visando desacreditar o médium.<br />
Algumas notáveis observações a esse respeito, baseadas na experiência pessoal,<br />
foram feitas pelo Professor Haraldur Nielson, da Islândia, ao comentar um caso em<br />
que um do grupo cometeu uma fraude insensata e, posteriormente, um Espírito disse<br />
que ela tinha sido praticada por sua ação e instigação 202 .<br />
De um modo geral Evan Powell pode ser considerado como o mais<br />
largamente dotado de forças mediúnicas de todos os médiuns na Inglaterra. Ele<br />
prega as doutrinas espíritas em pessoa e pelo seu guia e ele próprio pode demonstrar<br />
quase todas as mediunidades. É pena que o seu negócio como vendedor de carvão<br />
no Devonshire não lhe permita uma presença constante em Londres.<br />
A mediunidade da escrita nas lousas é uma manifestação notável. Temna<br />
em alto grau Mrs. Pruden, de Cincinnati, que recentemente visitou a GrãBretanha,<br />
exibindo suas maravilhosas faculdades a muita gente. O autor fez várias sessões com<br />
ela e explicou os métodos minuciosamente. Como a passagem é curta e pode tornar<br />
o assunto claro para os não iniciados, eis a sua transcrição: “Tivemos a sorte agora<br />
de nos pormos em contacto com um médium realmente grande — Mrs. Pruden, de<br />
Cincinnati, —que veio a Chicago assistir às minhas conferências. Realizamos uma<br />
sessão no Blackstone Hotel, devida á cortesia de seu hóspede, Mr. Holmyard, e os<br />
resultados foram esplêndidos. É uma senhora idosa, boa e de maneiras naturais.<br />
Seu dom especial é a escrita nas lousas, que jamais eu havia examinado. Eu ouvira<br />
dizer que havia truques no caso, mas ela estava ansiosa para usar as minhas lousas<br />
201 Vários julgamentos e experiências com esta médium se acham na obra do autor “Our American<br />
Adventure”, páginas 124 a 132; no “Glimpses of the Next State”, do Almirante Moore, páginas 216 e<br />
312; e finalmente no relatório de Mr. Hewat McKenzle, no Psychic Science de abril de 1922.<br />
202 “Psychic Science”, Julho, 1925.