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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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132 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

inventar e nenhuma foi capaz de explicar como eram obtidos os resultados. Por seu<br />

próprio comportamento haviam conquistado uma grande reputação. Agora iriam<br />

recomeçar tudo.<br />

Os irmãos Ira e William tinham, então, vinte e cinco e vinte e três anos,<br />

respectivamente. O World, de Nova Iorque, assim os descreve:<br />

“Eram notavelmente parecidos em quase tudo, muito bonitos, com a<br />

cabeleira grande, crespa e preta, tinham a testa larga mas não alta, olhos pretos e<br />

vivos, sobrancelhas grossas, bigode e cavanhaque, lábios acentuados e corpos<br />

musculosos e bem proporcionados. Vestiam fraque preto e um deles usava relógio<br />

com corrente.”<br />

O seu biógrafo, Doutor Nichols, deles nos dá essa primeira impressão:<br />

“Os jovens, com os quais tive um ligeiro contacto, e que jamais tinha visto<br />

antes de sua chegada a Londres, se me afiguraram, tanto no intelecto, quanto no<br />

caráter, acima da média de seus companheiros camponeses; não são notáveis pela<br />

inteligência, posto que razoàvelmente habilidosos e Ira possui algum talento<br />

artístico. Os moços parecem absolutamente honestos e singularmente<br />

desinteressados e não mercenários — muito mais satisfeitos de que a gente fique<br />

contente com a sua integridade e com a realidade das manifestações, do que<br />

preocupados em ganhar dinheiro. Sem dúvida têm uma ambição, que é gratificada<br />

por terem sido escolhidos como instrumentos daquilo que consideram um grande<br />

bem para a humanidade.”<br />

Foram à Inglaterra acompanhados pelo Reverendo Doutor Ferguson, antigo<br />

pastor de uma grande igreja em Nashville, no Tennessee, que era frequentada por<br />

Abraham Lincoln, por Mr. D. Paimer, conhecido maestro, que exercia as funções de<br />

secretário, e por Mr. William M. Fay, que também era médium.<br />

Em sua biografia dos Davenports, publicada anônimamente em Boston, em<br />

1869, Mr. Randall indica que a sua missão na Inglaterra era “encontrar­se, no seu<br />

próprio campo, conquistando­o por meios adequados, com o materialismo duro e o<br />

cepticismo da Inglaterra”. O primeiro passo no reconhecimento, diz ele, é<br />

convencer­se da ignorância. E acrescenta: “Se as manifestações obtidas por<br />

intermédio dos irmãos Davenport podem provar às classes intelectuais e científicas<br />

que há forças e forças inteligentes ou poderes inteligentes —acima da faixa de suas<br />

filosofias, e que aquilo que elas consideram impossibilidades físicas é rapidamente<br />

realizado pelo invisível, para elas desconhecido, mas que são inteligências, um novo<br />

universo abrir­se­á para o pensamento humano e para a investigação.”<br />

Há uma pequena dúvida sobre se os médiuns exerceram tal efeito sobre<br />

muitas mentes. As manifestações da mediunidade de Mrs. Hayden eram calmas e<br />

sossegadas, enquanto as de D. D. Home eram mais notáveis, se limitavam,<br />

entretanto, a pessoas que não pagavam entrada. Mas esses dois rapazes alugavam<br />

salões e desafiavam todo o mundo a vir assistir os fenômenos que ultrapassavam os<br />

limites da crença ordinária. Não era preciso ser arguto para prever uma forte<br />

oposição: assim aconteceu. Mas eles atingiram o objetivo que certamente tinham em<br />

vista os dirigentes invisíveis. Chamaram a atenção do público como nunca na<br />

Inglaterra para um tal assunto. Melhor testemunho não poderia ser dado do que o de

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