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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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264 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

provavelmente de pedra — a ver se poderia produzir sons articulados, mas não o<br />

conseguia, pois que a estátua “não possuia laringe ou outros órgãos da voz, como os<br />

modernos médiuns”. Em seu livro o Doutor Marsh procura demonstrar que então<br />

(1854) os fenômenos espíritas eram crus e imaturos, em comparação com as<br />

manifestações espíritas da antigüidade. Os antigos, diz ele, falavam disso como de<br />

uma ciência, e declaravam que os, conhecimentos obtidos por seu intermédio eram<br />

exatos e controláveis “a despeito de todos os demônios fraudulentos”. Garantindo<br />

que o sacerdote era um médium de vozes, facilmente se explicam os oráculos<br />

falantes.<br />

É digno de nota que a Voz, que foi uma das primeiras formas de<br />

mediunidade associada ao moderno Espiritismo, é ainda preeminente, ao passo que<br />

outros aspectos da mediunidade inicial se tenham tornado raros. Mas como há um<br />

bom número de investigadores competentes que consideram o fenômeno da voz<br />

entre as, mais convincentes das manifestações psíquicas, lancemos um olhar sobre o<br />

que há a respeito.<br />

Jonathan Koons, fazendeiro em Ohio, parece ter sido o primeiro dos<br />

modernos médiuns com quem isto se verificou. Na choupana já mencionada,<br />

chamada a sua “Casa do Espírito” teve ele em 1852, e durante muitos anos, uma<br />

porção de fenômenos surpreendentes, entre os quais havia vozes de Espíritos, que<br />

falavam através de um pequeno megafone ou trombeta, Mr. Charles Partridge,<br />

conhecido homem público, que foi um dos investigadores dos primeiros dias, assim<br />

descreve como ouviu o Espírito conhecido como John King, falando numa sessão<br />

em casa de Koon, em 1855: “Ao terminar a sessão, como de costume, o Espírito de<br />

John King tomou da trombeta e fez uma pequena palestra através dela — falando<br />

clara e distintamente — mostrando o benefício que se colheria no tempo e na<br />

eternidade, da conversa com os Espíritos, e nos exortando a sermos discretos e<br />

firmes no falar, aplicados em nossas investigações, fiéis às responsabilidades que<br />

tais privilégios impunham, caridosos para com os que estão no erro e na<br />

ignorância, temperando o nosso zêlo com a sabedoria, etc.”.<br />

O Professor Mapes, conhecido químico americano, disse que em presença<br />

dos Davenport havia conversado durante meia hora com John King, cuja voz era alta<br />

e distinta. Mr. Robert Cooper, um dos biógrafos dos Irmãos Davenport, ouviu<br />

muitas vezes a voz de John King à luz do dia, e à luz da lua, quando passeando pela<br />

rua com os Davenport.<br />

Atualmente chegamos a formar uma ideia de como tais vozes se produzem<br />

nas sessões. Aliás esse conhecimento foi corroborado pelas, comunicações recebidas<br />

dos próprios Espíritos.<br />

Parece que o ectoplasma procedente do médium, mas também, em menor<br />

proporção, dos assistentes, é usado pelos Espíritos operadores na moldagem de uma<br />

espécie de laringe humana. E a utilizam para a produção da voz.<br />

Na explicação dada aos Koons pelos Espíritos, estes, falavam do emprego<br />

combinado de elementos do corpo espiritual, e o que corresponde ao nosso atual<br />

ectoplasma, “uma aura física que emana do médium”. Compare­se isto com a<br />

explicação dada através de Mis. Bassett, a conhecida inglesa médium de vozes, aos<br />

setenta anos: “Dizem eles que tomam as emanações do médium e de outros

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