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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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19 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

SIR ARTHUR CONAN <strong>DO</strong>YLE<br />

­ ESBOÇO BIOGRÁFICO<br />

Oautor da obra que se vai ler era muito conhecido da juventude de uns<br />

cinquenta anos passados, como o criador de Sherlock Holmes. Naquele<br />

tempo líamos literatura neolatina no original e anglo­saxônica através de<br />

boas traduções francesas ou em nossa língua.<br />

Hoje a mocidade lê histórias em quadrinhos, onde o vocabulário representa<br />

apenas um décimo do que manejávamos.<br />

O nível baixou. Se, então, eram as biografias um aspecto pouco explorado<br />

em literatura, hoje pouco se conhece das vidas grandes e nobres. Tanto que, quando<br />

o autor destas linhas disse que estava traduzindo uma <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong><br />

<strong>ESPIRITISMO</strong> de Sir Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong>, despertou atenção por estas coisas: que<br />

o criador de Sherlock Holmes tivesse sido “knighted”, como se diz em inglês; que<br />

fosse algo mais que um escritor de contos policiais; que tivesse tido a cachimônia de<br />

levar a sério o Espiritismo e fazer, com aquela proverbial seriedade dos escritores<br />

ingleses, uma História do Espiritismo.<br />

Estavam certos — relativamente certos — os interlocutores de quem traça<br />

estas linhas. Por dois motivos: o primeiro é que o nível dos contos policiais baixou;<br />

o segundo é que em geral se ignora, nos países latinos, que os ingleses de cultura<br />

universitária não tomam cursos de técnica superior — como em geral os latinos e<br />

particularmente os brasileiros — a fim de serem chamados doutores, ou como um<br />

meio fácil de fazer dinheiro. É uma questão de educação, há muito ali resolvida e na<br />

qual andamos tateando, sem coragem de modificar o nosso figurino. Sobre o assunto<br />

bastaria recomendar três livros de um único escritor inglês, representativo de<br />

brilhante período da cultura inglesa — o período vitoriano — Sir John Ruskin — a<br />

saber: Sesame and Lulies, The Seven Lamps of Architecture e The Stone of Venice.<br />

Na verdade o inglês de certa classe, mesmo de qualquer classe, que houvesse<br />

atingido mais alto grau de cultura através da universidade, não tinha apenas um<br />

verniz: os conhecimentos e o ambiente lhe haviam lapidado o espírito, transformado<br />

a compreensão da Vida e criado novos rumos para o seu comportamento social.<br />

Por isso o inglês desses níveis mais altos exercia a profissão, parcialmente,<br />

para ganhar dos que podiam pagar sem serem explorados, parcialmente, para servir<br />

aos que não podiam pagar, mas deviam sentir que a solidariedade humana não era<br />

mero tema para discursos políticos de campanhas eleitorais. Paralelamente, esses<br />

homens de padrão universitário exercem uma atividade extra que, se por um lado<br />

contribui para o seu próprio progresso espiritual, por outro ajuda o levantamento da<br />

cultura do povo.

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