17.11.2018 Views

A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

70 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Quatro pontos fixos podem ser estabelecidos nessas cartas:<br />

1. Que Kane pensava de modo vago que houvesse falcatrua.<br />

2. Que nos anos de sua maior intimidade ela jamais o admitiu.<br />

3. Que ele jamais pôde sugerir em que consistia a falcatrua.<br />

4. Que ela empregou as suas forças de maneira que os espíritas sérios<br />

deploram.<br />

Na verdade não sabia ela mais sobre a natureza dessas forças do que os que<br />

a rodeavam.<br />

Diz o escritor: “Ela dizia sempre que nunca tinha realmente acreditado que<br />

as batidas fossem obra de Espíritos, mas pensava que nisso havia uma relação com<br />

certas leis ocultas da natureza”. Esta foi a sua atitude posterior na vida, pois em sua<br />

ficha profissional dizia que o povo devia por si mesmo julgar da natureza de suas<br />

forças.<br />

É natural que aqueles que falam do perigo da mediunidade e,<br />

particularmente, da mediunidade de efeitos físicos, deveriam apontar como exemplo<br />

as Irmãs Fox. Mas o seu caso não deve ser exagerado. Em 1871, depois de mais de<br />

vinte anos de trabalho exaustivo, ainda as encontramos recebendo entusiástico apoio<br />

e admiração de muitos homens e senhoras importantes da época. Só depois de<br />

quarenta anos de trabalhos públicos é que se manifestaram condições adversas em<br />

suas vidas. Assim, sem entrar na apreciação do que há de censurável, proclamamos<br />

que dificilmente o seu comportamento justificaria aqueles que consideram a<br />

mediunidade como uma profissão que degrada a alma.<br />

Foi em 1871 que, graças à generosidade de Mr. Charles F. Livermore,<br />

eminente banqueiro de Nova Iorque, Kate Fox visitou a Inglaterra. Era um sinal da<br />

gratidão do banqueiro pela consolação que havia recebido de sua força maravilhosa<br />

e um apoio para o progresso do Espiritismo. Ele proveu todas as suas necessidades e<br />

assim evitou que ela tivesse de recorrer ao trabalho remunerado. Também<br />

providenciou para que ela viesse acompanhada por uma senhora com quem tinha<br />

afinidade.<br />

Numa carta a Mr. Benjamin Coleman 7 , conhecido trabalhador do<br />

movimento espírita, assim se exprime Mr. Livermore:<br />

“Vista de um modo geral, Mrs. Fox é, sem a menor dúvida, o mais<br />

maravilhoso médium vivo. Seu caráter é irrepreensível e puro. Recebi, através de<br />

seus poderes mediúnicos, durante os últimos dez anos, tanta coisa consoladora,<br />

instrutiva e fulminante, que me sinto muitíssimo obrigado e desejo cercá­la de todos<br />

os cuidados enquanto ausente de casa e dos amigos.”<br />

Suas observações posteriores como que encerram um pressentimento dos<br />

últimos tristes acontecimentos de sua vida:<br />

“Para que você compreenda melhor as suas idiossincrasias, permita­me<br />

explicar que ela é uma sensitiva da mais alta classe e de uma simplicidade infantil;<br />

ela sente intensamente a atmosfera de cada criatura com quem se põe em contacto e<br />

a tal ponto que por vezes fica excessivamente nervosa e aparentemente caprichosa.<br />

7 The Spiritual Magazine, 1871, páginas 525­6.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!