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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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342 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

que não passe de impostura e engano. Certamente ele não pode ser mais uma ou<br />

outra coisa, do que o pode a filosofia que se lhe opõe. Não tenho relações nem com<br />

‘P’, nem com ‘Q’ Mas tenho certeza de que a decidida convicção de todo aquele<br />

que pode ver os dois lados da bainha seja de que é mais provável que ‘P’ tenha<br />

visto um fantasma do que ‘Q’ saiba que não pode tê­lo visto. Sei que ‘Q’ diz o que<br />

sabe.”<br />

Em relação a isto, quando do aparecimento do livro de Mrs. De Morgan, o<br />

Publishers Circular diz o seguinte, destacando o senso crítico do Professor De<br />

Morgan:<br />

“Os simples literatos e escritores de ficção devem ser perdoados por uma<br />

certa tendência para o visionário e o irreal, mas o fato de que o conhecido autor de<br />

livros padrões sobre Lógica Formal, Cálculo Diferencial e a Teoria das<br />

Possibilidades, deveria figurar com sua senhora na lista dos que acreditam em<br />

batidas de Espíritos e em mesas girantes, certamente surpreenderá a muita gente.<br />

Talvez não haja maior contribuição para as nossas revistas na demolição de<br />

falsidades do que a do Professor De Morgan, como no desmascaramento bem<br />

humorado dos pseudo­cientistas. Seu estilo claro, lógico, espirituoso e cheio de<br />

surprêsas é apreciado por muitos leitores e literatos em brilhantes artigos em<br />

nossos jornais de crítica. Provávelmente é ele o último homem que um céptico em<br />

tais mistérios poderia esperar encontrar ao lado de Mrs. Home ou de Mrs. Newton<br />

Crosland. Devemos ainda registrar o fato que Mr. De Morgan se declara<br />

‘perfeitamente convicto de que tanto viu quanto ouviu, de modo que afasta qualquer<br />

possibilidade de engano, coisas chamadas espirituais, que não podem ser tomadas<br />

por um ser racional como capazes de explicação pela impostura, pela coincidência<br />

ou pelo engano’.”<br />

Acrescentemos o depoimento de Mrs. De Morgan:<br />

“Há dez anos comecei a observar atentamente os fenômenos do<br />

Espiritismo. Minha primeira experiência ocorreu em presença de Mrs. Hayden, de<br />

Nova Iorque. Jamais tinha eu ouvido qualquer palavra que pudesse abalar minha<br />

convicção da honestidade de Mrs. Hayden. Assim, o resultado de nosso primeiro<br />

encontro, quando meu nome lhe era quase desconhecido, foi suficiente para provar<br />

que eu não era, no momento, vítima de sua impostura ou de minha credulidade.<br />

Depois de descrever a visita de Mrs. Hayden, a quem não havia sido dado o nome<br />

de nenhuma das pessoas presentes, diz ela: ‘Sentamo­nos pelo menos durante um<br />

quarto de hora e começávamos a sentir o fracasso, quando foi ouvida uma como<br />

que delicada pulsação, aparentemente no centro da mesa. Grande foi a nossa<br />

satisfação quando Mrs. Hayden, que antes parecia ansiosa, disse: ‘Eles estão<br />

chegando’. Quem estava chegando? Nem ela, nem nós poderíamos dizê­lo. Quando<br />

os sons se tornaram mais fortes, o que parecia acontecer na medida de nossa<br />

convicção em sua autenticidade, fosse qual fosse a sua origem, disse Mrs. Hayden:<br />

‘Há um Espírito que deseja falar com alguém aqui, mas eu ignoro os nomes dos<br />

cavalheiros e das senhoras. Assim, apontarei um por um e, ao chegar à pessoa<br />

certa, peço que o Espírito dê uma batida’. Isto foi aceito por nosso hóspede<br />

invisível, que bateu concordando. Então Mrs. Hayden apontou um por um dos<br />

presentes. Com surpresa para mim e um certo constrangimento, pois não desejava<br />

isto, enquanto muitos o desejavam, nenhum som foi ouvido até que ela apontou para

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