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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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283 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

prazer nesse estudo fértil e novo, que abandonou inteiramente as pesquisas sobre<br />

eletricidade, que já o tinham colocado entre os sucessores de Faraday e de<br />

Maxwell.”<br />

O Doutor Ercole Chiaia, que faleceu em 1905, era também um devotado<br />

trabalhador e propagandista, a quem muitos homens notáveis da Europa devem seus<br />

primeiros conhecimentos sobre fenômenos psíquicos. Entre outros citam­se<br />

Lombroso. o Professor Bianchi, da Universidade de Nápoles, Schiaparelli, Fournoy,<br />

o Professor Porro, da Universidade de Gênova e o Coronel De Rochas. Dêle<br />

escreveu Lombroso: “Tendes razão para venerar profundamente a memória de<br />

Ercole Chiaia. Num país onde há tamanho horror ao que é novo, é necessária uma<br />

grande coragem e uma nobre alma para se tornar apóstolo de uma teoria que<br />

defronta o ridículo; e o fazer com aquela tenacidade, aquela energia que sempre<br />

caracterizaram Chiaia. É a ele que muitos devem — inclusive eu — o privilégio de<br />

ver um mundo novo, aberto à investigação psíquica — e isto pelo único meio que<br />

existe para convencer homens de cultura, isto é, pela observação direta.”<br />

Sardou, Richet e Morselli renderam tributo ao trabalho de Chiaia 194 .<br />

Chiaia fez um importante trabalho orientando Lombroso, o eminente<br />

alienista, na investigação do assunto. Depois de suas primeiras experiências com<br />

Eusapia Palladino, em março de 1891, escreveu Lombroso: “Sinto­me bastante<br />

envergonhado e pesaroso por me haver oposto com tanta tenacidade à possibilidade<br />

dos chamados fatos espíritas.”<br />

Inicialmente apenas aceitava os fatos e se opunha à teoria a eles associada.<br />

Mas. já essa aceitação parcial causou sensação na Itália e em todo o mundo. Aksakof<br />

escreveu ao Doutor Chiaia: “Glória a Lombroso por suas nobres palavras! Glória a<br />

você, por sua dedicação!”<br />

Lombroso oferece um bom exemplo de conversão de um materialista<br />

decidido, depois de longo e cuidadoso exame dos fatos. Em 1900 escreveu ele ao<br />

Professor Falcomer: “Sou como um pequeno seixo na praia. Ainda estou a<br />

descoberto; mas sinto que cada maré me arrasta para mais perto do mar.”<br />

Como se sabe, ele acabou se tornando um crente completo, um espírita<br />

convicto e publicou um livro célebre ‘Morte... E depois?’.<br />

Ernesto Bozzano, nascido em Gênova em 1862, devotou trinta anos a<br />

pesquisas psíquicas, reunindo as suas conclusões em trinta extensas monografias.<br />

Será lembrado por sua crítica incisiva 195 as referências inconscientes de Mr.<br />

Podmore a Mr. Stainton Moses. Seu título é “Uma Defesa de William Stainton<br />

Moses”. Bozzano, em companhia dos Professôres Morselli e Porro, fez uma longa<br />

série de experiências com Eusapia Palladino. Depois de analisar os fenômenos<br />

objetivos e subjetivos, foi conduzido à “necessidade lógica” de aderir<br />

completamente à hipótese espírita.<br />

Enrico Morselli, Professor de Psiquiatria em Gênova, foi durante muitos<br />

anos, como ele próprio o confessa, um duro céptico em relação à realidade objetiva<br />

dos fenômenos psíquicos. De 1901 em diante fez trinta sessões com Eusapia<br />

Palladino, e ficou inteiramente convencido dos fatos, senão da teoria espírita.<br />

194 “Annals of Psychical Science”, Volume 2º (1905), páginas 261 e 262.<br />

195 Idem, Volume 1º (1905) páginas 75 e 129.

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