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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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82 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

que cercam um grupo promíscuo, reunido mais por curiosidade do que por interesse<br />

religioso.<br />

O remédio é segregar os médiuns, dar­lhes ordenado em vez de pagar os<br />

resultados, regular o número de sessões e o caráter dos assistentes, e assim afastar<br />

deles as influências que sobrecarregaram as Irmãs Fox, bem como outros dos mais<br />

fortes médiuns do passado.<br />

Por outro lado há médiuns de efeitos físicos que agem por meio de forças<br />

tão poderosas e trabalham sob tão religiosa orientação que constituem o sal da terra.<br />

É a mesma força que foi empregada por Buda e pela Pitoniza de Endor. Os objetivos<br />

e os métodos de seu uso são as determinantes do caráter.<br />

O autor disse que há pouca conexão entre a mediunidade de efeitos físicos e<br />

a moralidade. Poderiam imaginar que o fluxo do ectoplasma, sendo tão ativo num<br />

pecador quanto num santo, atuaria sobre objetos materiais do mesmo modo e<br />

produzindo resultados que teriam igualmente o bom efeito de convencer os<br />

materialistas da existência de forças invisíveis.<br />

Entretanto isto não se aplica à mediunidade interna, que não se revela pelos<br />

fenômenos, mas pelo ensino e pelas mensagens, tanto dadas pela voz do Espírito ou<br />

pela voz humana, quanto pela escrita direta ou qualquer outra maneira. Aqui o vaso<br />

é escolhido para receber o conteúdo. Não se poderia imaginar uma natureza<br />

mesquinha como habitação temporária de um grande Espírito. É preciso ser um Vale<br />

Owen para receber as mensagens de Vale Owen.<br />

Se um grande médium degenerar o caráter, esperarei que as mensagens<br />

cessem ou degenerem. Daí, também, as mensagens de um divino Espírito, tais como<br />

periodicamente são mandadas para sanear o mundo, de um santo medieval, de Joana<br />

D’Arc, de Swedenborg, de Andrew Jackson Davis ou do mais humilde médium de<br />

escrita automática de Londres, desde que o impulso seja verdadeiro, são na realidade<br />

a mesma coisa, em graus diversos.<br />

Cada um é um sopro do alto e cada um marca com a sua personalidade a<br />

mensagem de que é intermediário. Assim, num vidro escuro, vemos esse prodigioso<br />

mistério tão vital, conquanto tão indefinido. É a sua mesma grandeza que o impede<br />

de ser definido. Fizemos um pouco, mas deixamos para traz muitos problemas para<br />

os que vêm depois de nós. Eles podem olhar as nossas mais avançadas especulações<br />

como elementares e ter pontos de vista que se estendam aos mais dilatados limites<br />

da visão mental.

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