A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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254 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
desconhecido do médium, não foi anunciado; mas recebeu e reconheceu numa<br />
fotografia “extras” de seus dois filhos mortos. E disse que as fotografias eram<br />
“perfeitas e inconfundíveis”.<br />
O Doutor Alfred Russel Wallace obteve uma boa fotografia de sua mãe.<br />
Descrevendo sua visita 154 diz ele: “Estive em três sessões, em todas escolhendo o<br />
meu próprio lugar. De cada vez uma segunda figura apareceu no negativo comigo.<br />
A primeira era uma figura masculina, com um punhal; a segunda era um corpo<br />
inteiro, aparentemente a alguns pés para o lado e por trás de mim, olhando para<br />
baixo para mim e sustentando um ramo de flôres. Numa terceira sessão, depois de<br />
me colocar e depois que a chapa fora colocada na máquina, pedi que a figura viesse<br />
para junto de mim. A terceira chapa mostrou uma figura feminina, de pé, junto e em<br />
frente a mim, de modo que o panejamento cobriu a parte inferior de meu corpo.<br />
Assisti à revelação de todas as chapas e em cada caso a figura “extra” começou a<br />
aparecer no momento em que o revelador era despejado, enquanto o meu retrato só<br />
se tornava visível cerca de vinte segundos depois. Não reconheci nenhuma das<br />
figuras nos negativos; mas no momento em que tirei as provas, ao primeiro relance<br />
a terceira chapa mostrou um inconfundível retrato de minha mãe — como era, na<br />
atitude e na expressão; não aquela semelhança de um retrato feito em vida, mas<br />
algo pensativa, uma semelhança ideal — ainda assim, para mim, uma semelhança<br />
inconfundível”.<br />
Conquanto indistinto, o segundo retrato foi reconhecido pelo Doutor<br />
Wallace como sendo de sua mãe. O primeiro “extra” de um homem não foi<br />
reconhecido.<br />
Mr. J. Traill Taylor, então redator do British Journal of photography,<br />
testemunhou 155 que tinha obtido resultados supranormais com esse médium, usando<br />
as suas próprias chapas e que em nenhuma ocasião, durante a preparação, a<br />
exposição ou a revelação dos retratos, Mr. Hudson se achava a menos de três metros<br />
da máquina ou da câmara escura. Por certo isto deve ser aceito como prova.<br />
Mr. F. M. Parkes, residente em Grove Road, Bow, no East End de Londres,<br />
era um médium natural, que tinha visões verídicas desde a infância. Nada sabia de<br />
Espiritismo até 1871 e no começo do ano seguinte fez experiências de fotografia<br />
com seu amigo, Doutor Reeves, proprietário de um restaurante perto de King’s<br />
Cross. Tinha então trinta e nove anos de idade. A princípio apenas marcas<br />
irregulares e manchas de luz apareciam nas chapas; mas depois de três meses foi<br />
obtido um Espírito, logo reconhecido, estando presentes o Doutor Sexton e o Doutor<br />
Clarke, de Edimburgo. O Doutor Sexton convidou Mr. Bowman, de Glasgow,<br />
fotógrafo experimentado, o qual fez um minucioso exame da máquina, da câmara<br />
escura e do material usado. Feito isso, foi declarada impossível qualquer fraude da<br />
parte de Parkes. Durante alguns anos esse médium não recebeu remuneração por<br />
seus serviços. Mr. Stainton Moses, que dedicou um capítulo a Mr. Parkes 156 , assim<br />
escreve:<br />
“Folheando o álbum de Mr. Parkes, o mais notável ponto é a enorme<br />
variedade das figuras; o seguinte é a dissemelhança entre todos eles e a forma<br />
154 “Miracles and Modern Spiritualism”. (Revised Edition 1901), páginas 196 e 197.<br />
155 “British Jour nal of Photography”, Agosto, 1873.<br />
156 “Human Natur a”, 1875, página 152.