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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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255 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

convencional dos fantasmas. Em cento e dez retratos que tenho diante dos olhos,<br />

começados em abril de 1872 e, com ligeiros intervalos, obtidos até agora, não há<br />

dois parecidos — raramente dois apresentam alguma semelhança entre si. Cada<br />

desenho é peculiar e tem no rosto uma individualidade diferente”.<br />

Afirma que um bom número dessas fotografias, foi identificado pelos<br />

assistentes. Mr. Ed. Buguet, fotógrafo de Espíritos, era francês e visitou Londres em<br />

junho de 1874; em seu estúdio, situado em Baker Street 33, houve muitas sessões<br />

notáveis. Mr. Harrison, redator de The Spiritualist, fala de um teste empregado por<br />

esse fotógrafo, que consistia em quebrar um canto da chapa e ajustar o pedaço,<br />

depois que aquela era revelada. Mr. Stainton Moses descreve Buguet como um<br />

homem magro e alto, de rosto inteligente e feições bem marcadas, com abundante<br />

cabeleira negra. Diz­se que durante a exposição da chapa ele ficava em semitranse.<br />

Os resultados psíquicos obtidos eram de mais alta qualidade artística e de maior<br />

distinção que os obtidos por outros médiuns. Também uma grande percentagem de<br />

Espíritos era reconhecida. Um curioso aspecto com Buguet era que de conseguia<br />

numerosos retratos do “duplo” dos assistentes, tanto quanto de pessoas vivas mas<br />

não presentes, aparecendo com ele no estúdio. Assim, enquanto se achava em<br />

Londres no estado de transe, o retrato de Stainton Moses apareceu em Paris quando<br />

Mr. Gledstones fazia uma experiência 157 .<br />

Em abril de 1875 Buguet foi preso e acusado pelo governo francês de<br />

produzir fraudulentas fotografias de Espíritos. Para salvar­se confessou que todos os<br />

resultados obtidos eram truques. Foi condenado a pagar quinhentos francos de multa<br />

e a um ano de prisão. Durante o processo um certo número de conhecidos homens<br />

públicos sustentaram a sua opinião quanto à autenticidade dos “extras” que haviam<br />

obtido, a despeíto de se dizer que Buguet havia usado comparsas para fingirem de<br />

Espíritos. A verdade sobre fotografias espíritas não pára aí: os que têm interesse em<br />

ler toda a história de sua prisão e seu processo 158 podem assim formar a própria<br />

opinião. Escrevendo depois do processo, diz Mr. Stainton Moses: “Não só acredito<br />

— mas sei, tão certo como sei outras coisas, que algumas das fotografias de Buguet<br />

eram autênticas”.<br />

Entretanto diz Coates que Buguet era um tipo sem valor. Certamente a<br />

posição de um homem que apenas pode provar que não é um patife pelo fato de<br />

haver feito uma falsa confissão por mêdo é um tanto fraca. O caso para a fotografia<br />

espírita, sem ele, ficaria mais valorizado. Quanto à sua confissão, foi ela arrancada<br />

criminosamente pelo Arcebispo da Igreja Católica de Toulouse, numa ação contra a<br />

Revue Spirite, quando seu redator, Leymarie, foi acusado e condenado. Disseram a<br />

Buguet que a sua salvação estava em confessar.<br />

Assim constrangido, fez o que antes haviam feito tantas vítimas da<br />

Inquisição: uma confissão forçada que, entretanto, não o salvou de doze meses de<br />

cadeia.<br />

Richard Boursnell (1832­1900) ocupou uma posição preeminente no<br />

período médio da história da fotografia espírita. Formava uma parceria com um<br />

fotógrafo profissional em Fleet Street e dizem que tinha faculdades psíquicas e que<br />

157 Idem, Volume 9º, página 97.<br />

158 “The Spiritualist”, Volumes 6º e 7º (1875) and Humau Nature, Volume 9º, página 334.

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