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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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296 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

me disse claramente que os tabletes tinham passado pelo Museu Britânico, de modo<br />

que temo não poder harmonizá­lo com a verdade — e nisto está a maior dificuldade<br />

para decidir o caso. Mas a gente deve lembrar sempre que a mediunidade de efeitos<br />

físicos não tem conexão, desta ou daquela maneira, com o caráter da pessoa, do<br />

mesmo modo que os dotes poéticos”. 205<br />

Os críticos esquecem, ao citar continuamente a impostura de Bailey 206 , que<br />

imediatamente antes da experiência de Grenoble ele havia suportado uma longa série<br />

de testes em Milão, no curso dos quais os investigadores tomaram a extrema e<br />

injustificável medida de vigiar o médium secretamente, quando no seu próprio<br />

quarto de dormir. A comissão composta de nove homens de negócio e de doutores,<br />

não achou nenhuma falha em dezessete sessões, mesmo quando o médium foi posto<br />

num saco. Essas sessões duraram de fevereiro a abril de 1904, e foram<br />

minuciosamente discutidas pelo Professor Marzorati.<br />

À vista de seu sucesso, muito mais foi feito na acusação na França. Se a<br />

mesma análise e o mesmo cepticismo fossem mostrados contra as mistificações<br />

como são mostrados contra os fenômenos, a opinião pública seria dirigida mais<br />

justamente.<br />

O fenômeno de transporte parece tão incompreensível às nossas mentes que<br />

certa vez o autor perguntou a um Espírito guia se ele podia dizer algo que lançasse<br />

luz sobre o assunto. A resposta foi: “Isto envolve alguns fatores que estão acima da<br />

ciência humana e que não podem ser esclarecidos. Ao mesmo tempo vocês devem<br />

tomar como grosseira analogia o caso da água que se transforma em vapor. Então<br />

esse vapor, que é invisível, pode ser conduzido para qualquer lugar, para ser<br />

apresentado na forma visível da água”.<br />

Isto é, como se vê, antes uma analogia do que uma explicação, mas pelo<br />

menos parece apta. Deveria acrescentar­se, como foi referido na explicação, que não<br />

só Mr. Stanford, de Melbourne, como também o Doutor Mac Carthy, um dos<br />

primeiros médicos de Sydney, realizaram uma série de experiências com Bailey e<br />

ficaram convencidos da legitimidade de seus poderes.<br />

De modo algum os médiuns citados esgotam a lista daqueles com que o<br />

autor teve oportunidade de fazer experiências; e ele não deve deixar o assunto sem<br />

aludir ao ectoplasma de Eva, que ele teve entre os dedos, ou às brilhantes<br />

luminosidades de Frau Silbert, que ele viu sair como uma coroa cintilante de sua<br />

cabeça. Ele espera que já tenha sido dito bastante para mostrar que a série de<br />

grandes médiuns não se acaba para quem quer que diligencie a sua procura<br />

seriamente e também para assegurar ao leitor que estas páginas são escritas por<br />

alguém que não mediu sacrifícios para ganhar o conhecimento prático daquilo que<br />

estuda.<br />

Quanto àacusação de credulidade invariavelmente dirigida pelos não<br />

receptivos contra quem quer que tenha uma opinião positiva sobre este assunto, o<br />

autor pode solenemente confessar que, no curso de sua longa carreira como<br />

investigador, não pode recordar um único caso em que tenha sido mostrado<br />

claramente que ele se havia enganado sobre qualquer ponto sério, ou tenha dado um<br />

205 “The Wanderings of a Spiritualist”, páginas 103 a 105.<br />

206 “Annals of Psychical Science”, Volume 9º.

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