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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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225 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

quando a inteligência comumente tinha tido um distúrbio mental antes de morrer, as<br />

mensagens posteriores eram obscuras e grosseiras. Isto seria inexplicável se as<br />

mensagens fossem meros reflexos mentais dos assistentes. Por outro lado, havia<br />

casos, como de Hannah Wild, em que uma mensagem selada em vida, não pôde ser<br />

dada depois de morta. Admitindo valor a tais objeções, não podemos senão repetir<br />

que nos cingiríamos aos resultados positivos e esperamos que conhecimentos mais<br />

completos possam dar­nos a chave que explicará aqueles que se afiguram negativos.<br />

Como podemos imaginar quais sejam as leis e quais as dificuldades especiais em<br />

tais experiências?<br />

Em março de 1892 o guia Phinuit foi avantajado pelo guia George Pelham e<br />

o tom das comunicações mudou com a troca. George Pelham era um jovem literato,<br />

morto aos trinta e dois anos, numa queda de cavalo. Tinha­se interessado pelos<br />

estudos psíquicos e então havia prometido ao Doutor Hodgson que se morresse iria<br />

esforçar­se por se manifestar. Foi uma promessa que cumpriu vantajosamente e o<br />

autor destas linhas deseja aqui consignar a sua gratidão, porque foi o estudo das<br />

manifestações de George Pelham 124 que tornaram a sua mente receptiva e simpática<br />

até que as provas finais lhe vieram durante a Grande Guerra.<br />

Pelham preferia escrever pela mão de Mrs. Piper. E não era raro que<br />

enquanto Phinuit falava, Pelham estivesse escrevendo. Pelham estabeleceu sua<br />

identidade encontrando trinta velhos amigos, desconhecidos da médium;<br />

reconheceu­os a todos e a cada um se dirigiu no tom costumeiro de quando era vivo.<br />

Nunca tomou um estranho por um amigo. É difícil imaginar como a continuidade de<br />

identidade e o poder de comunicabilidade — duas coisas essenciais no Espiritismo<br />

poderiam ser melhor estabelecidos do que em tais registros. É instrutivo que o ato de<br />

se comunicar era muito agradável a Pelham. “Sinto­me feliz aqui, e mais ainda<br />

desde que me posso comunicar com você. Lamento os que não podem falar.”<br />

Por vezes mostrava ignorância do passado. Comentando isto, diz M. Sage:<br />

“Se há um outro mundo, os Espíritos não vão para lá a fim de ruminar o que<br />

aconteceu em nossa vida incompleta: vão para serem arrastados no vórtice de uma<br />

atividade maior e mais alta. Se, por vezes se esquecem, não é de admirar. Não<br />

obstante, parece que esquecem menos do que nós”. 125<br />

É claro que se Pelham estabeleceu a sua identidade, tudo quanto nos possa<br />

dizer de sua experiência atual no outro mundo é da mais alta importância. É aqui que<br />

o lado fenomênico do Espiritismo dá lugar ao lado religioso, pois, que segurança dos<br />

mais veneráveis mestres, ou dos escritos, pode dar­nos a mesma convicção que um<br />

relato de primeira mão, de alguém que conhecemos e que vive atualmente a vida que<br />

descreve? Este assunto é tratado mais completamente em outro lugar. Assim, basta<br />

dizer aqui que a descrição de Pelham, de um modo geral, é a mesma que tantas<br />

vezes temos recebido, e que pinta uma vida de evolução gradativa, que é a<br />

continuação da vida terrena e apresenta, de muito, os mesmos aspectos, posto que,<br />

em geral, de forma mais agradável. Não é uma vida de mero prazer e de preguiça<br />

egoística, mas uma vida na qual todas as nossas faculdades pessoais têm um imenso<br />

campo de ação.<br />

124 Doutor Hodgsons Report. Proceedings, of SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH Volume 13º,<br />

páginas 284­582.<br />

125 M. Sage “Mrs. Ptper and SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH, página 98.

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