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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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60 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

apressadamente ou com tão pouca luz, que alguns traços foram deixados, como<br />

vimos, da sepultura original.<br />

Havia outras provas daquele crime? A fim de as encontrar temos que voltar<br />

ao depoimento de Lucretia Pulver, que serviu como empregada de Mr. e Mrs. Bell,<br />

ocupantes da casa quatro anos antes. Ela informa que o mascate veio para a casa e<br />

ali passou a noite com as suas mercadorias. Seus patrões lhe disseram que naquela<br />

noite podia ir para casa.<br />

“Eu queria comprar apenas umas coisas do mascate, mas não tinha<br />

dinheiro comigo; ele disse que me procuraria em nossa casa na manhã seguinte e<br />

mas venderia. Nunca mais o vi. Cerca de três dias depois eles me procuraram para<br />

voltar. Assim, voltei... Eu diria que esse mascate de quem falei deveria ter uns trinta<br />

anos. Ouvi­o conversando com Mrs. Rell a cerca de sua família. Mrs. Rell me disse<br />

que era um velho conhecido deles e que o tinha visto muitas vezes antes disso. Uma<br />

noite, cerca de uma semana depois, Mrs. Rell mandou­me a adega fechar a porta<br />

externa. Atravessando­a, caí perto do meio da adega. Pareceu­me desnivelada e<br />

cavada naquela parte. Quando subi Mrs. Rell me perguntou porque havia gritado e<br />

eu lhe disse. Riu­se de meu susto e disse que só ali é que os ratos tinham cavado o<br />

chão. Poucos dias depois Mr. Rell carregou uma porção de entulho para a adega,<br />

exatamente à noite, e lá esteve trabalhando por algum tempo. Mrs. Rell me disse<br />

que ele estava tapando os buracos dos ratos.<br />

"Pouco tempo depois Mrs. Rell me deu um dedal, que disse haver<br />

comprado do mascate. Cerca de três meses depois eu a visitei e ela me disse que o<br />

mascate havia voltado e me mostrou outro dedal, que disse ter comprado a ele.<br />

Mostrou­me outras coisas que, disse, também, tinham sido compradas a ele."<br />

Digna de registro é a declaração feita por uma tal Mrs. Lape, de que em<br />

1847 tinha visto uma aparição naquela casa, e que era de um homem de estatura<br />

mediana, que usava calças pardas e casaco e barrete pretos. Lucretia Pulver no<br />

depoimento afirmou que o mascate em vida usava casaco preto e calças claras.<br />

Por outro lado, não devemos esquecer que Mr. Bel, que então ocupava a<br />

casa, não era um homem de caráter notório e fácil seria concordar que uma acusação<br />

inteiramente baseada numa prova psíquica seria incorreta e intolerável. Entretanto já<br />

se torna bem diferente quando as provas do crime foram descobertas, restando<br />

apenas provar quem era o inquilino naquela ocasião. O depoimento de Lucretia<br />

Pulver assume uma importância vital no que se refere a este caso.<br />

Há um ou dois pontos que merecem discussão. O primeiro é que um<br />

homem com um nome tão notável como Charles B. Rosma jamais foi citado, apesar<br />

da publicidade que o caso mereceu. Então a coisa teria tido uma formidável objeção,<br />

embora, com os nossos conhecimentos atuais, possamos avaliar quanto é difícil nas<br />

mensagens ter os nomes corretos. Aparentemente um nome é puramente<br />

convencional e, como tal, muito diferente de uma ideia. Todo espírita praticante tem<br />

recebido mensagens corretas, associadas a nomes trocados. É possível que o nome<br />

verdadeiro fosse Ross, ou mesmo Rosner, e que esse erro tivesse possibilitado a<br />

identificação. Além disso, é curioso que ele não soubesse que o seu corpo tinha sido<br />

removido do meio da adega para a parede, onde então foi encontrado.<br />

Podemos apenas constatar o fato, sem o explicar.<br />

Ainda mais, garantindo que as meninas eram os médiuns, e que a força era<br />

retirada delas, como se produzia o fenômeno quando as mesmas se tinham

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