A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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301 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
próprio conflito fora predito muitas vezes; soldados mortos se mostravam em casa e<br />
davam avisos de perigo aos seus camaradas no campo de batalha; deixavam as suas<br />
imagens em chapas fotográficas; figuras solitárias e hóspedes legendários, não deste<br />
mundo, eram vistos na área da luta; na verdade, sobre toda a cena pairava, de vez em<br />
quando, uma forte atmosfera da presença e da atividade do outro mundo.<br />
Se, por um momento, o autor pode dar uma nota pessoal, dirá que, enquanto<br />
a sua própria perda não tivesse tido efeito sobre os seus pontos de vista, o espetáculo<br />
de um mundo esmagado pela dor e que ansiosamente pedia auxílio e conhecimento,<br />
certamente afetou a sua mente e o levou a compreender que esses estudos psíquicos,<br />
que durante tanto tempo ele vinha fazendo, eram de uma enorme importância prática<br />
e não mais poderiam ser considerados como mero passatempo intelectual ou<br />
fascinante busca a nova pesquisa. A prova da presença de mortos se fez em sua<br />
própria casa e o conforto trazido por mensagens póstumas lhe ensinou que grande<br />
consolação seria para um mundo torturado se ele pudesse compartilhar do<br />
conhecimento que se havia tornado claro para o autor. Foi tal realização que, desde<br />
1916, o levou, e à sua esposa, a se dedicarem largamente ao assunto, a fazer<br />
conferências em muitos países, a viajar para a Austrália, Nova Zelândia, e Canadá,<br />
em missões de instrução. Na verdade, esta história, pode dizerse, obedece ao<br />
mesmo impulso que, de início, o atirou de corpo e alma na causa. Este assunto se<br />
presta para algumas linhas numa história geral, mas se torna parte de um capítulo<br />
que trata da guerra, desde que foi a atmosfera da guerra que o engendrou e<br />
desenvolveu.<br />
A profecia é um dom espiritual e qualquer prova clara de sua existência<br />
indica forças psíquicas, fora de nosso conhecimento normal. No caso da guerra,<br />
aliás, muitos podiam, por meios normais, como pelo uso da própria razão, predizer<br />
que a situação no mundo tinha se tornado tão intolerável por causa do militarismo,<br />
que o equilíbrio não podia ser mantido.<br />
Mas algumas dessas profecias parecem tão distintas e minuciosas que se<br />
colocam acima no poder da mera razão e da previsão 209 .<br />
O fato geral de uma grande catástrofe mundial e a parte nela tomada pela<br />
Inglaterra, é assim referida numa comunicação espírita recebida pelo Grupo Oxley,<br />
em Manchester, e publicado em 1885 210 :<br />
“Por duas vezes em sete anos — a partir da data que vos foi indicada — as<br />
influências que agem contra a Inglaterra serão vitoriosas; e depois daquele tempo,<br />
virá uma terrível luta, uma tremenda guerra, um terrível derramamento de sangue —<br />
conforme a maneira humana de falar, um destronamento de reis, uma derrubada de<br />
Poderes, grandes revoluções e perturbações; e ainda maior comoção entre as<br />
massas, produzidas pela riqueza e por sua posse. Usando essas palavras, falo de<br />
acordo com a linguagem humana.<br />
A mais importante questão é: ‘A Inglaterra ficará perdida para sempre?’<br />
Vemos as profecias de muitos e a atitude de muitos representantes no plano externo<br />
e vemos mais claramente do que muitos na Terra nos julgam capazes; vemos que<br />
209 Algumas referéncias a essas profecias podem ser encontradas nas seguintes publlcações: “Prophecies<br />
and Omens of the Great War”, por Ralph Shirley; “ The War and the Prophets”, por Herbert<br />
Thurston; e “War Prophecies”, by F. O. S. Schiller (SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH <br />
Jornal, Junho, 1916).<br />
210 “Angelic Revelations”, Volume 5º, páginas 170 e 171.