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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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115 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

Espíritos baixos, desde que em redor de nós existem Espíritos de todas as classes e<br />

que o semelhante atrai o semelhante. Mas os ensinamentos elevados, consistentes e<br />

filosóficos que são dados aos investigadores sérios e de mentalidade honesta<br />

mostram que não é o diabolismo, mas o Angelismo que está dentro do nosso<br />

alcance. O Doutor Carpenter sustentou uma teoria complexa, mas parece que ficou<br />

só na sua aceitação e mesmo na sua compreensão. Os cientistas tiveram uma<br />

explicação: era o estado das juntas, o que é ridículo para quem quer que tenha tido<br />

experiência pessoal daqueles sons percutidos, que variam desde o tic­tac de um<br />

relógio até a pancada de um martelete. Outras explicações, vez por outra, incluíam a<br />

doutrina teosófica, que admitia os fatos mas desprezava os Espíritos, descrevendo­os<br />

como cascões astrais, com uma espécie de semiconsciência sonhadora, ou<br />

possivelmente uma consciência atenuada, que os reduzia a criaturas sub­humanas<br />

pela inteligência e pela moralidade. Certamente a qualidade das manifestações<br />

espíritas varia enormemente, mas o mais alto se acha tão elevado que dificilmente<br />

podemos imaginar que apenas nos achamos em contacto com uma fração do ser<br />

pensante. Entretanto, como é certo que, mesmo neste mundo, nosso ser subliminal é<br />

muitíssimo superior à nossa individualidade normal, é muito natural que o mundo<br />

dos Espíritos deve confrontar­nos com algo inferior aos seus mais altos poderes.<br />

Uma outra teoria sustenta a Anima Mundi, vasto reservatório ou banco<br />

central da inteligência, com uma câmara de compensação, na qual todas as consultas<br />

são atendidas. Os rigorosos pormenores que recebemos do Outro Lado são<br />

incompatíveis com qualquer ideia, tão vaga quão grandiosa, do destino. Finalmente,<br />

há uma alternativa realmente formidável, que o homem tem um corpo etérico com<br />

muitos dons desconhecidos, entre os quais deve ser incluído um poder de<br />

manifestação exterior em formas curiosas. É a esta teoria da Criptestesia que Richet<br />

e outros se agarraram e até um certo ponto há um argumento em seu favor. O autor<br />

se convenceu de que há uma etapa preliminar e elementar em todo trabalho psíquico<br />

que depende de um poder inato e possivelmente inconsciente do médium. A leitura<br />

em invólucro fechado, a produção de batidas a pedido, a descrição de cenas<br />

distantes, os notáveis efeitos da psicometria, as primeiras vibrações da Voz Direta<br />

— cada um e todos em diversas ocasiões parecem emanações do próprio médium.<br />

Assim, em muitos casos deveria aparecer uma inteligência exterior capaz de se<br />

apropriar daquela força e utilizá­la para seus próprios objetivos. Temos uma<br />

ilustração nas experiências de Bisson e de Schrenk Notzing com Eva, nas quais as<br />

formas ectoplásmicas a princípio eram sem dúvida reflexo de ilustrações dos jornais,<br />

de certo modo modeladas pela passagem através da mente do médium. Mais tarde<br />

veio um período mais profundo, no qual a forma ectoplásmica evoluiu a ponto de se<br />

mover e falar. O grande cérebro de Richet e o seu enorme poder de observação se<br />

concentraram muito sobre os fenômenos físicos e parece que não teve muito<br />

contacto com as experiências pessoais mentais e espirituais que possivelmente lhe<br />

teriam modificado os pontos de vista. Cabe, entretanto, acrescentar que tais pontos<br />

de vista se desenvolveram continuamente na direção da explicação espírita.<br />

Resta apenas a hipótese da personalidade complexa, que bem pode<br />

influenciar certos casos, posto pareça ao autor que tais casos também possam ser<br />

explicados pela obsessão.

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