A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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165 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
13<br />
Henry Slade e o Doutor Monck<br />
É<br />
impossível relacionar todos os médiuns das várias gradações de força e,<br />
ocasionalmente, de honestidade, que têm demonstrado os efeitos que<br />
inteligências estranhas podem produzir quando as condições materiais são tais<br />
que permitem a sua manifestação neste plano. Há alguns, entretanto, que foram tão<br />
preeminentes e tão envolvidos em polêmicas públicas que nenhuma história do<br />
movimento poderá esquecêlos, mesmo quando sua carreira não estivesse, sob todos<br />
os pontos, isenta de suspeitas. Trataremos neste capítulo da história de Slade e de<br />
Monck, os quais representaram em sua época um papel destacado.<br />
Henry Slade, célebre médium da escrita nas lousas, foi exibido<br />
publicamente na América durante quinze anos, antes que chegasse a Londres a 13 de<br />
julho de 1876. O Coronel H. S. Olcott, antigo presidente da Sociedade Teosófica,<br />
declara que, com a Senhora Blavatsky era responsável pela visita de Slade à<br />
Inglaterra. Parece que, como o GrãoDuque Constantino da Rússia desejasse fazer<br />
uma investigação científica do Espiritismo, uma comissão de professôres da<br />
Universidade de São Petersburgo pediu ao Coronel OLcott e à Senhora Blavatsky<br />
que escolhessem entre os melhores médiuns americanos um que pudesse ser<br />
recomendado para ensaios. Eles escolheram Slade, depois de o submeter a testes<br />
durante várias semanas, perante uma comissão de cépticos, que em seu relatório<br />
certificavam que “eram escritas mensagens nas faces inteiras de duas lousas, por<br />
vezes amarradas e seladas juntas, quando postas sobre uma mesa, à vista de todos;<br />
acima das cabeças de membros da comissão; presas à parte inferior do tampo da<br />
mesa; ou, ainda, nas mãos de um membro da comissão, sem que o médium as<br />
tocasse”. Foi se dirigindo para a Rússia que Slade veio à Inglaterra.<br />
Um representante do jornal World, de Londres, que esteve numa sessão de<br />
Slade logo após à sua chegada, assim o descreve: “Muito bem conformado,<br />
temperamento nervoso, rosto místico e sonhador, gestos regulares, olhos<br />
expressivos e luminosos, um sorriso antes triste e uma certa graça melancólica de<br />
maneiras, eram as impressões despertadas por esse homem alto e flexível, que me<br />
foi apresentado como sendo o Doutor Slade. É o tipo de homem que a gente<br />
marcaria numa assembléia como um entusiasta.” Diz o relatório da Comissão<br />
Seibert que “tinha cerca de 1 metro e 83 centímetros de altura, com um rosto de<br />
inusitada simetria” e que sua face chamava a atenção em qualquer parte por sua<br />
beleza incomum e acresenta que é “um homem digno de nota sob todos os<br />
aspectos”. Logo depois de sua chegada a Londres, Slade começou a fazer sessões<br />
em seus aposentos, Bedford Place, Russel Square, com um sucesso imediato e<br />
pronunciado.<br />
Não só a escrita era obtida de modo evidente, sob fiscalização e com lousas<br />
dos próprios assistentes, mas a levitação de objetos e a materialização de mãos foi