A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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177 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
lousa, do começo ao fim, e nenhuma outra pessoa, a não ser a senhora; 2) a escrita<br />
foi feita com um lápis de grafite, por uma sugestão espontânea de um outro<br />
estranho; 3) foi dada como testemunho importante uma comunicação sobre assunto<br />
estritamente particular. O Doutor Monck não fez mais do que tocar na ardósia do<br />
começo ao fim.”<br />
Mr. Adshead também fala dos fenômenos físicos que ocorreram com esse<br />
médium, quando suas mãos estavam bem presas no aparelho chamado “stocks”, que<br />
não permitia o menor movimento em qualquer direção.<br />
Em 1876 Slade estava sendo processado em Londres, como ja ficou dito, e<br />
os desmascaramentos estavam no ar. Considerando o caso seguinte antes como de<br />
perplexidade e certamente suspeito, deve lembrarse que, quando um homem que se<br />
exibe publicamente, que é um ilusionista ou um mesmerista, pode proclamar que<br />
desmascarou um médium, ganha enorme publicidade e atrai aquela numerosa parte<br />
do público que deseja ver o desmascaramento, Mas é preciso ter isto em mente e<br />
guardar uma certa média onde existe apenas um conflito de evidência.<br />
Neste caso o ilusionista e o mesmerista era um Lodge, e a ocasião uma<br />
sessão realizada a 3 de novembro de 1876, em Huddersfield. Subitamente Mr.<br />
Lodge pediu que o médium fosse examinado. Temendo uma agressão ou uma<br />
denúncia de fraude, Monck correu para cima e trancouse no quarto. Então pulou<br />
pela janela e procurou a delegacia de polícia, onde apresentou queixa. A porta de seu<br />
quarto foi forçada, as coisas rebuscadas, sendo encontrado um par de luvas de lã.<br />
Monck declarou que essas luvas tinham sido feitas para uma conferência na qual<br />
havia exposto a diferença entre prestidigitação e mediunidade. Ainda, conforme<br />
observa um jornal espírita da época: “Os fenômenos de sua mediunidade não<br />
repousam apenas na sua probidade. Se ele fosse o maior trapaceiro e o mais hábil<br />
prestidigitador, simultaneamente, isto não iria explicar as suas manifestações, que<br />
têm sido referidas”.<br />
Monck foi condenado a três meses de prisão e dizse que fez uma confissão<br />
a Mr. Lodge Depois de solto, Monck realizou um certo número de sessões com<br />
Stainton Moses, nas quais ocorreram notáveis fenômenos. “Aqueles cujos nomes<br />
referimos como testemunhas da autenticidade dos fenômenos mediúnicos do Doutor<br />
Monck, são velhos conhecidos dos Espíritas como argutos experimentadores,<br />
escrupulosamente cautelosos e Mr. Hensleigh Wedgwood é um nome de muita<br />
responsabilidade, pois é conhecido como um homem de ciência e era cunhado de<br />
Charles Darwin.”<br />
Há um elemento de dúvida quanto ao caso de Huddersfield, sobre se o<br />
acusador era realmente criatura imparcial; mas Sir William Barrett dá o testemunho<br />
de que por vezes Monck descia com sangue frio à trapaça deliberada. Assim escreve<br />
Sir William: “Apanhei o ‘Doutor’ numa fraude grosseira: um pedaço de musselina<br />
branca numa instalação de arame, ligada a um parafuso preto, sendo empregada<br />
pelo médium para simular a materialização parcial”. 82<br />
Tal desmascaramento, vindo de fonte tão segura, produz um sentimento de<br />
malestar, que nos induz a abandonar toda evidência a respeito dele na cesta de<br />
papéis. Contudo, a gente deve ter paciência e ser razoável em tais assuntos. As<br />
82 SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH Proceedings, Volume 4º, página 58. (rodapé).